Tenho tratado aqui neste espaço, com alguma frequência, sobre a eleição para sucessão no comando da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires. E volto a tocar neste assunto porque, como já havia ventilado, podemos ter surpresas no dia 26 de dezembro, data provável da escolha do novo ou nova presidente. Embora o prefeito Jarbas da Rosa tenha ‘cravado’ que a presidência será do seu partido, o PDT, no terceiro ano da legislatura, aumentam os rumores de que o ‘acordão’ do início de 2021 pode ser rompido. Pelo acerto, Tiago Quintana (PDT) ficou com o comando no primeiro ano e Benildo Soares (Republicanos) no segundo. Agora, seria mais uma vez um pedetista à frente da Casa do Povo e, no último ano, a presidência ficaria com Claidir Kerkhoff Trindade (União Brasil), que já retornou ao Legislativo, ou com Nelsoir Battisti (PSD), que segue no primeiro escalão, como titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo.

Só que, em razão de atritos registrados recentemente, há a possibilidade de o vereador César Garcia (PDT) ser eleito presidente com o apoio da oposição. Isso mesmo. Como Gerson Ruppenthal (PDT) está correndo na frente para ser o comandante da Mesa Diretora, o bloco contrário ao governo quer uma alternativa para evitar que ele alcance o objetivo. Os oposicionistas consideram que o vereador não tem o perfil adequado para a função. E, segundo corre nos bastidores, Garcia não descartaria a hipótese. Se o pedetista for convencido, chegaria à presidência com o apoio, pelo menos, de Sandra Wagner e Elígio Weschenfelder, o Muchila, ambos do PSB, e André Kaufmann, Renato Gollmann, Diego Wolschick, Ezequiel Stahl e Clécio Espíndola, o Galo, todos do Mais Brasil. Galo, contudo, também poderia ser ‘seduzido’ a ficar com a situação – vota costumeiramente com o governo – e ser presidente em 2023.

Para garantir a Mesa Diretora da Câmara, são necessários oito votos. Atualmente, o governo tem a maioria, com os vereadores Benildo Soares (Republicanos), Alexandre Fernandes (PSD), Claudete da Luz (MDB), Claidir Kerkhoff Trindade (Mais Brasil) e César Garcia, Gerson Ruppenthal, Ana Cláudia do Amaral Teixeira e Luciana Scheibler, todos do PDT, além de Galo, que é considerado um vereador de situação, embora esteja em partido que faz parte da oposição. É quase certo que teremos duas chapas na eleição, em razão das incertezas que cercam o processo de sucessão. Garcia teria dito a pessoas próximas, inclusive, que estaria “pronto para o desafio”. O mistério será desvendado em pouco mais de um mês.

Motos: a polêmica do momento

Uma nova polêmica está consolidada na Câmara de Vereadores da Capital Nacional do Chimarrão. A oposição não se cansa de criticar o anúncio de que a Prefeitura vai adquirir duas motocicletas modelo Honda CB 500 cilindradas para a frota da Secretaria de Segurança Pública, cada uma delas no valor de R$ 86 mil. André Kaufmann (Mais Brasil) e Elígio Weschenfelder, o Muchila (PSB), classificaram as aquisições como “uma vergonha”, já Ezequiel Stahl (Mais Brasil) afirmou que “vai ter um monte de CC querendo dar banda de CB 500”. Eles querem que o secretário Jair Garcia vá ao Legislativo para explicar a compra das motos.

Líder de governo no Legislativo, Gerson Ruppenthal (PDT) disse que a Secretaria de Segurança Pública foi criada na Administração anterior – de Giovane Wickert (PSB) e Celso Krämer (na época no PTB e, hoje, no Podemos) – e que o Município faz uso de verbas referentes a financiamento para melhor estruturar a pasta. “Não dizem toda a hora que precisa de mais segurança em Venâncio? Pois as motos vão servir para que os agentes possam fiscalizar mais, e isto vai auxiliar bastante”, argumentou, para em seguida complementar, em tom provocativo: “Se a oposição bate tanto no governo, por qualquer coisa, é porque temos ótimos resultados”.

Galo x Muchila: segundo round

Elígio Weschenfelder, o Muchila (PSB), e Clécio Espíndola, o Galo (Mais Brasil), protagonizaram um segundo round em relação à ‘treta’ ocorrida no grupo de WhatsApp dos vereadores e revelada na semana passada. Na sessão de segunda-feira, 21, o socialista declarou na tribuna que Galo teria tido um “chilique” ao ser alfinetado sobre sua atuação como vereador – já que é de Vila Mariante e o assunto era sobre a capatazia da localidade estar fechada, deixando de atender demandas da comunidade. “Peguei minha motinho e fui lá ver: realmente segue fechada”, disse Muchila. Mais tarde, quando ocupou a tribuna, Galo ‘abriu a caixa de ferramentas’. “Bater em cachorro morto é a pior coisa que tem. Pra mim, é o legítimo guaipeca”, disparou. Depois, trocou de assunto.