Enchentes na pauta da Câmara

As cheias do rio Taquari e do arroio Castelhano foram o assunto principal da sessão da Câmara de Vereadores, realizada ontem à tarde – antecipada para que os parlamentares e assessores pudessem ajudar nos abrigos à noite. Todos os vereadores fizeram comentários relacionados, seja para elogios ou críticas. Como o espaço aqui é curto para contextualizar tudo o que foi dito, optei por digitar ‘pílulas’ do encontro semanal do Legislativo. Os projetos que estavam na Ordem do Dia – que tratavam de doação de área para a Prefeitura e criação de gratificação por função (GF) na Câmara tiveram pedidos de vista de Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB) e Diego Wolschick (PP), respectivamente.

Diego Wolschick (PP) afirmou que o prefeito Jarbas da Rosa (PDT) não teria convidado o empresário Maciel Marasca para participar de reunião sobre a reconexão da RSC-287 porque ele é o pré-candidato a vice-prefeito pelo PP em chapa encabeçada por Alexandre Wickert (PL), ou seja, adversário do chefe do Executivo, que tentará a reeleição em outubro de 2024.

Líder de governo, Gerson Ruppenthal (PDT) rebateu afirmando que ele foi o responsável por pedir a agenda do grupo de empresários com o prefeito e que, nem políticos, nem imprensa, deveriam participar. Ainda comentou que Marasca foi representado por Inácio Leismann, que além de presidente do Rotary Club Venâncio Aires, é funcionário da empresa Tabacos Marasca.

César Garcia (PDT) solicitou que a Administração de Venâncio Aires acelere os trabalhos de limpeza em Vila Mariante a regiões próximas, as mais atingidas pelas enchentes do rio Taquari. Embora integrante da base de governo, Garcia destacou que precisa cobrar mais agilidade no serviço, que segundo ele poderá dar um pouco mais de dignidade e esperança às pessoas que não perderam tudo e pretendem retomar a vida nas localidades.

Ezequiel Stahl (PL) está furioso pelo fato de que, de acordo com ele, somente agora, que a RSC-287 foi destruída pelas águas em vários pontos, a concessionária da rodovia, Rota de Santa Maria, admitiu que a construção de pontes secas é necessária. “Fizemos audiência pública e ninguém compareceu, mas agora aconteceu o que eu avisei”, disparou o vereador do PL.

André Kaufmann (PSDB) e Gilberto dos Santos (MDB) solicitaram medidas dos governos em atenção aos agricultores que contabilizam uma série de prejuízos em razão das enchentes. Ambos ex-secretários de Desenvolvimento Rural, disseram que os produtores precisam de suporte para voltar às propriedades, em alguns casos, prorrogação de prazos para pagar contas, bem como crédito para superar o momento de dificuldade.

Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB), criticou a falta de estrutura da Defesa Civil e o trabalho da Patrulha Agrícola, atacando ambos os coordenadores, Luciano Teixeira e Rodrigo VT, respectivamente. Disse que Teixeira “não tem competência” para estar na função e, sobre VT, afirmou que “um CC calou um leão”, ao fazer referência às reivindicações que VT costumava fazer na Câmara quando ainda não estava na política.

Clécio Espíndola, o Galo (MDB), admitiu que está “sentido com o prefeito”. O vereador não gostou das declarações de Jarbas da Rosa (PDT) de que Vila Mariante se tornou “inabitável” e que não vai mais construir posto de saúde e escola na localidade. “Eu vou ficar. Se tiver que sair, vou ser o último. Aí pode fechar a porteira embaixo da ponte”, argumentou ele. Galo também pediu que a Prefeitura encontre uma forma de levar as pessoas que ainda não conseguiram para verem suas casas. “Ajeita um ônibus, um caminhão, sei lá. Mas tem que resolver isso”, completou.

O assunto eram as enchentes, mas Benildo Soares (Republicanos) deu um jeito de alfinetar o deputado estadual Airton Artus (PDT). Ele garantiu que, quando estava na ativa como bombeiro, apresentou um projeto para estruturação da Defesa Civil ao então prefeito, que não concordou com a implementação. “Disseram que era muito grande, me escracharam. Só sabia dizer por aí que eu não queria trabalhar”, disse o parlamentar.

A presidente Claidir Kerkhoff Trindade (Republicanos) também direcionou queixa ao prefeito Jarbas da Rosa (PDT). Conforme ela, o chefe do Executivo poderia ter buscado mais apoio junto aos vereadores nos momentos mais críticos da catástrofe climática, pois muitos, inclusive, conhecem bem as regiões que foram mais afetadas. “A gente não serve só para lavar louça em abrigo e acolher as pessoas”, argumentou ela.



Carlos Dickow

Carlos Dickow

Jornalista, atua na redação integrada da Folha do Mate e Terra FM.

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