O presidente da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires, Benildo Soares (Republicanos), e a diretora-geral da Casa do Povo, Alexandra Silveira (MDB), confirmaram à coluna que a portaria de exoneração da servidora Franciele Boeira dos Santos seria publicada ainda ontem. A dispensa da assessora, que não era filiada a nenhum partido político e estava lotada no gabinete do vereador André Puthin (MDB), ocorreu depois que a Mesa Diretora recebeu denúncia de que ela não estaria cumprindo a carga horária de trabalho. Conforme informações que chegaram à imprensa, câmeras de videomonitoramento comprovariam que Franciele, por várias vezes nos últimos tempos, simplesmente batia o ponto no Legislativo e deixava o local em seguida.
A partir das denúncias, Soares diz ter feito contato com Puthin, para que o colega tomasse providências a respeito. Ele levou o assunto para o âmbito do MDB e também ao conhecimento do vereador eleito Gilberto dos Santos (MDB), que atualmente responde pela Secretaria de Desenvolvimento Rural e foi quem indicou Franciele como assessora. Ela foi cargo em comissão (CC) na Câmara na legislatura passada, também no gabinete de Santos. “Não estou na Casa, sou secretário. Então, não tenho conhecimento se ela estava fazendo alguma coisa errada”, comentou. Puthin se reservou a informar que, assim que recebeu a denúncia, comunicou o partido e o titular da cadeira. Por fim, esse foi o desfecho.
Franciele: “É perseguição política”
Franciele Boeira dos Santos foi contatada pela coluna e aceitou o espaço oferecido para contraponto. Junto com o companheiro, Gabriel Martins – filho de Tadeu Martins, o Fininho, recentemente exonerado de cargo em comissão (CC) que ocupava na Prefeitura de Venâncio Aires -, esteve na Folha do Mate na tarde de ontem. Ela já estava sabendo da exoneração e afirmou que está sendo vítima de retaliação. “É perseguição política. Podem ter certeza de que tudo vai ser cobrado no seu tempo”, declarou.
Ela lembrou que assessores parlamentares não precisam, necessariamente, cumprir horário nas dependências da Câmara. “Quem é assessor está 24 horas à disposição do vereador. Se há provas, vou querer que apresentem”, desafiou. Franciele e Gabriel acreditam que a dispensa tenha decorrido do fato de Fininho ter anunciado apoio à pré-candidatura de Giovane Wickert (PSB) a deputado estadual, assim que deixou o Executivo, já que o nome de preferência do prefeito Jarbas da Rosa (PDT) para a corrida à Assembleia Legislativa é o de Airton Artus (PDT). “Já sei quem aprontou isso. Tinha gente cuidando para ver se o meu carro tinha adesivo do Giovane. Mas, por enquanto, vamos deixar isso quieto”, argumentou.
Adversários trabalharam ‘juntos’
A obra da ponte da ERS-422, em Linha Brasil, é um ótimo case de parceria público-privada que dá certo. E, mais do que isso, um exemplo de que a continuidade de projetos, independente de questões políticas, promove o desenvolvimento econômico e beneficia a comunidade como um todo. Nesta semana, o diretor da Haas Madeiras, Junior Haas, divulgou nas redes sociais que já tem em mãos a licença ambiental para tocar a obra, que deve começar amanhã, com os trabalhos de desvio para os veículos.
Quando soube que havia um programa por meio do qual poderia tornar a obra uma realidade, o empresário foi até o prefeito Jarbas da Rosa (PDT), que prontamente se colocou à disposição para colaborar. Depois, quando o processo tramitava no Governo do Estado, lá estava Giovane Wickert (PSB) para acompanhar a matéria e dar prioridade para Venâncio Aires. Dois adversários políticos, que estiveram em lados contrários em duas eleições – cada um venceu uma – e trabalharam juntos pela comunidade. Precisamos reconhecer a competência e o esforço, quando são merecidos.
• Assim que soube das denúncias relacionadas à assessora da Câmara, o vereador Ezequiel Stahl (PTB) foi às redes sociais cobrar providências. “E agora, vão dizer quem é ou vão colocar panos quentes?”, questionou ele em uma publicação. Para quem não se lembra, Stahl teve uma assessora exonerada durante a pandemia, após ela ter sido flagrada em uma festa.
• Hoje completa um mês que o laudo de interdição do primeiro prédio da Escola Mariante foi emitido. No dia 25 do mês passado, a Folha deu a primeira matéria a respeito. Depois, veio a interdição do segundo prédio, por conta da rede elétrica. Seguimos acompanhando as cenas dos próximos capítulos.