Helena da Rosa, suplente de vereadora do MDB, vai lançar uma ‘bomba’ no partido. Ontem, o também suplente André Puthin, que no momento ocupa a cadeira de Gilberto dos Santos na Câmara de Vereadores, assinou requerimento abrindo espaço para ela de 2 a 30 de novembro, mas Helena garante que não vai assumir, pois há algum tempo vem em tratativas com o presidente Paulo Mathias Ferreira para ter oportunidade de pelo menos dois meses na Casa do Povo. “Não sou palhaça. Primeiro, disseram que eu ia assumir em março. Depois, ficou para a abril e, mais tarde, para depois da Fenachim. Estão me enrolando até agora e querem me dar menos de um mês. A cadeira é do partido, mas o André se adonou. Tá mandando mais que o presidente”, disparou.

A emedebista afirmou que a legenda “não está às mil maravilhas, como o presidente disse outro dia e saiu na tua coluna”. Segundo ela, há filiados descontentes com a forma como a sigla vem sendo conduzida. “Fiquei sabendo que era pra eu assumir pelo jornal, pois ninguém me ligou para avisar. Então, quero que fiquem sabendo também pelo jornal que não vou assumir, pois acho um desrespeito o que estão fazendo comigo. Tenho mais de 30 anos de partido, fui vereadora e primeira-dama. É triste ter que fazer este desabafo, mas é muito triste também saber que tu dedica décadas da tua vida para uma coisa e, depois, te viram as costas. É este o prêmio que vão me dar por tudo que fiz pelo partido?”, questionou.

Conforme Helena, é impossível fazer um trabalho de qualidade em menos de um mês no Legislativo. “Um projeto leva 15 dias para tramitar na Casa”, exemplificou. Ela reforçou que o MDB não tem valorizado seus suplentes, embora o vereador eleito, Gilberto dos Santos, seja a favor de mais oportunidades para os quadros que ajudaram a sigla a eleger um parlamentar. “O Nilson (Lehmen, terceiro suplente) assumiu porque eu insisti um monte. O presidente não pode dizer que estamos fazendo o rodízio, porque não estamos. Rodízio quem está fazendo é o PSD, do Nelsoir (Battisti, vereador eleito e atualmente na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo), e já elogiei ele por isso. Não vou assumir menos de um mês. Tinha certeza que iam me dar um calote”, finalizou.

Reflexos possíveis pós 2º turno

Encerrado o segundo turno, com as eleições de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a presidência e de Eduardo Leite (PSDB) para o Governo do Estado, é hora de projetar o que pode acontecer e os reflexos que podemos ter na política local, especialmente. Primeiro suplente do PDT na Assembleia Legislativa, o ex-prefeito Airton Artus tem boas chances de assumir uma cadeira no Palácio Farroupilha. Para que isso aconteça, um dos quatro deputados estaduais eleitos da sigla precisa ser chamado para o primeiro escalão de Eduardo Leite. O PDT tem uma de suas referências, Juliana Brizola, sem cargo no momento – concorreu a deputada federal e não se elegeu -, mas é possível que ela seja utilizada, até mesmo, em alguma função do Governo Federal, pois o partido apoiou Lula. Artus admite que as tratativas estão andando, mas não quer criar falsa expectativa. Quem trabalha por ele é Gilmar Sossella, deputado estadual eleito.

O também ex-prefeito Giovane Wickert (PSB) é outro que pode ter oportunidade em 2023. Ele é segundo suplente do partido no Palácio Farroupilha, e o aproveitamento como deputado é mais complicado. No entanto, Wickert já integrou o governo de Eduardo Leite como secretário adjunto de Obras e Habitação, pasta que era comandada por José Stédile, justamente o primeiro suplente da legenda na Assembleia Legislativa. Para o venâncio-airense, o momento, agora, deve ser de busca de unidade, para que os governos contemplem todos. Ele entende que é muito prematuro fazer projeções de aproveitamento, embora o PSB tenha apoiado o governador reeleito. Wickert ressaltou a dedicação e o apoio em relação ao projeto da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) e à retomada da pavimentação da ERS-244 e disse que “muito mais do que cargos, foquei em resultados”.

Rapidinhas

• A diretoria da Associação dos Servidores Municipais de Venâncio Aires (Asmuva) realizará o seu jantar-baile no Ginásio Poliesportivo do Parque do Chimarrão, nesta sexta-feira, dia 4 de novembro, a partir das 19h30min. A animação fica por conta da Banda Magia Musical e, na oportunidade, haverá eleições para o comando da entidade no biênio 2023/2024.

• O momento é de crise em boa parte das siglas políticas de Venâncio Aires. O ‘estouro’ mais recente é do MDB, mas outras legendas também passam por tensão interna, seja por intenção de saídas ou desentendimento de filiados. Até o PDT, que costuma ter dias tranquilos – ou lidar bem com os dissabores internos -, está na lista. Há quem diga que um ‘peixe grande’ estaria disposto a mudar de ares. Decisão que seria surpreendente.