Ainda é cedo, eu sei. Também sei que tem muita água para rolar embaixo da ponte. No entanto, talvez a coluna que está sendo publicada hoje seja atual em 2024, ano de eleição municipal. A aposta é de que teremos um tira-teima entre o atual prefeito, Jarbas da Rosa (PDT), e o ex-prefeito Giovane Wickert (PSB) na majoritária. E, além deles, devem completar o cenário, pelo menos, mais dois nomes: um deles ligado à direita, em busca dos votos dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e outro de esquerda, para captar votos do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está no seu terceiro mandato.
Se a projeção se confirmar, com Jarbas e Giovane como cabeças de chapa no próximo ano, será a terceira eleição seguida em que os dois se enfrentam pelo cargo máximo da Capital Nacional do Chimarrão. Na primeira, em 2016, o socialista venceu – com diferença de apenas 254 votos -, mas em 2020 o pedetista deu o troco e ‘atropelou’ com mais de oito mil votos de frente. Seja qual for o movimento político dos próximos meses, não me parece que terá forças suficientes para tirar os dois de cena. Dessa forma, desde já, eles são os protagonistas do pleito de 2024.
Mas, e quem serão os outros nomes? Pela esquerda, imagino que o PT, revigorado pelo surpreendente desempenho de Edegar Pretto ao Governo do Estado e pela eleição de Lula, deve indicar um candidato. O presidente do partido, Cesar Schumacher, já concorreu à majoritária e é sempre um nome em evidência. Contudo, há vários outros militantes de longa data que têm cacife para entrar na disputa: Rosange Lehmen de Moraes, Vilson Gauer, Lúcio Konzen, Cândido Faleiro Neto e Celson Ferreira são alguns deles (me perdoem se esqueci de alguém que está ensaiando uma candidatura ou alguma jovem liderança, mas é o que me veio à cabeça).
Pela direita, ouço falar no ex-vereador Alexandre Wickert (PSDB), no dentista Cristian Deves (sem partido) e nos vereadores André Kaufmann (Mais Brasil, mas que deve mudar de sigla em abril do ano que vem) e Claidir Keorkhoff Trindade (PL), esposa de Marcelo Trindade, que atualmente preside a legenda em Venâncio Aires. O também vereador Ezequiel Stahl (Mais Brasil, que também deve mudar de ares em 2024) é outro frequentemente citado, mas ele mesmo já anunciou que tentará mais um mandato na Câmara e, provavelmente, buscará uma cadeira de deputado estadual em 2026, para somente depois, em 2028, figurar no cenário majoritário. Com isso, se o MDB seguir com Jarbas, tudo que acontecer fora do que está escrito aqui será surpreendente.
Os possíveis candidatos em 2024
Jarbas e Giovane despistam, cada um a seu modo e apresentando seus motivos, mas sempre deixam claro que estão à disposição de PDT e PSB, respectivamente. O atual prefeito acha que é muito cedo para falar de eleição e que o debate, neste momento, “não contribui em nada para Venâncio Aires”. Contudo, completa sua manifestação afirmando que “se o meu partido e a comunidade acreditarem que eu sou o melhor nome para seguir esta proposta de mudança, 2024 será o ano para isso”.
O ex-prefeito ressalta que tem suas atribuições no Governo do Estado, como subsecretário de Obras Públicas, e que a escolha precisa acontecer dentro da legenda, para em seguida ocorrer a busca por alianças, “tudo de forma democrática e respeitando outros nomes que possam surgir”. Por outro lado, diz que é “um soldado do partido” e que está à disposição, caso a sociedade demonstre que é este o seu pensamento na hora de lançar uma alternativa ao atual governo. “Não é só o cabeça de chapa. Temos que definir uma dupla. Normalmente, é uma pesquisa que aponta para os nomes, mas posso afirmar que já tenho sentido a receptividade ao meu nome. Vamos esperar as coisas acontecerem”, comenta.
Cesar Schumacher, por sua vez, concorda que o PT deva apresentar um candidato à Prefeitura, bem como formar forte nominata para voltar a ter representatividade na Câmara de Vereadores, a exemplo do que aconteceu na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, onde o partido aumentou a bancada. Agora, pondera, não há como dizer quem seria o mais cotado para concorrer. Seu mandato vai até o fim do ano e, depois de eleita a nova diretoria, é que se vai pensar nisso. “Estou de acordo com a colocação de que o momento é oportuno e, certamente, vamos buscar nosso espaço”, argumenta, acrescentando que, além das pessoas que já votaram no PT, o partido vai em busca de diálogo para “desfazer mentiras que levaram muitas pessoas a votarem em outros candidatos”. Com Alexandre Wickert, ainda não falei pessoalmente. Cristian Deves, até onde sei, tem vontade, mas não está certo de que deve arriscar. Alexandre Kaufmann e Claidir Kerkhoff Trindade são incógnitas, bem como todos os demais, o que reforça a tese de que teremos um tira-teima.