Por poucas vezes na atual legislatura, a assistência do Plenário Vicente Schuck ficou lotada até o fim da sessão, como ocorreu na segunda-feira, 16, quando o prefeito Jarbas da Rosa (PDT) foi à Câmara de Vereadores para uma espécie de prestação de contas das ações da Administração na enchente do rio Taquari, em setembro. Que eu me lembre, só em sessões solenes tivemos tanto público até o fim dos trabalhos. Com exceção dos assessores do próprio Legislativo, os encontros costumam ser acompanhados por menos de uma dezena de pessoas.
É verdade que na assistência estavam, em sua esmagadora maioria, servidores públicos que ocupam cargos em comissão (CCs), mas isso não apaga o protagonismo e o prestígio de Jarbas. Ele foi aplaudido pela plateia quando encerrou o seu pronunciamento na tribuna. As palmas ou quaisquer outras manifestações são vedadas pelo Regimento Interno em sessões ordinárias, mas ninguém fez queixas relacionadas a isso, porque o momento era de reconhecer não apenas a pessoa do prefeito, mas também os voluntários que se doaram e a comunidade venâncio-airense em geral, pela forma como todos se engajaram no auxílio aos atingidos.
A maioria das pessoas gosta de ler, ainda mais em colunas de opinião, os chamados ‘veneninhos’, as ‘alfinetadas’ e os escândalos, mas também é legal poder escrever aqui sobre coerência na política. Mais do que fazer a prestação de contas do que o governo fez – o que é obrigação sua -, Jarbas teve, na segunda-feira, a oportunidade de viver um momento de alívio, embora estivesse chovendo muito e já houvesse preocupação com nova cheia.
Ele inclusive se emocionou e chorou na tribuna, citando como estopim o fato de ter negado ao filho alguns minutos para “brincar de lutinha”, coisa que fazem normalmente. Não pôde, segundo ele, porque eram 6h do dia 7 de setembro e estava de saída, mais uma vez, para Vila Mariante, quando todos se preparavam para acessar a localidade quando a água baixou um pouco. Integrantes do governo enalteceram a atuação do chefe do Executivo, como era de se esperar, e a oposição soube respeitar o momento e também reconhecer o trabalho. A Câmara de Vereadores teve uma noite realmente cidadã.
Tiago Quintana responde tópico
O secretário de Saúde, Tiago Quintana (PDT), não gostou de ler aqui na coluna o tópico de que áudios com críticas direcionadas a ele e ao prefeito Jarbas da Rosa (PDT) estão correndo em grupos de WhatsApp de quem é oposição ao governo. Afirmou que as mensagens são de xingamento, que na opinião dele é diferente de reclamação, “que é do jogo e podemos trabalhar para melhorar”. O titular da Saúde ainda informou que tentou, sem sucesso, descobrir de onde os áudios tinham partido para entender exatamente os problemas relatados e buscar soluções.
Quintana aproveitou para sugerir que a coluna abrisse espaço para manifestações positivas de pessoas atendidas em Venâncio Aires, que ele classificou como “reais, com nome, endereço e descrição do caso”. Uma delas é de Carine Cristiana Linke, que postou no Facebook um agradecimento aos profissionais da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), pelo cuidado que tiveram com a mãe dela. “Vejo as pessoas criticarem a UPA. Várias vezes também já passei lá por horas na espera, mas temos também que agradecer porque cuidam muito bem de nós”, escreveu ela.
Outra manifestação, também no Facebook, foi de Tassia Gabriela, que postou agradecimento à equipe do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) pelo atendimento prestado ao filho, que foi vítima de um atropelamento. “Foi um susto. Deus deu uma segunda chance e ele nasceu de novo, apesar de tudo o que aconteceu”, escreveu. Aqui na coluna sempre temos espaço para elogios e críticas, coisas positivas e negativas. Acho até que as pessoas deveriam fazer mais o que Quintana fez, pois as pautas negativas e as críticas chegam com mais facilidade à redação.
Rapidinhas
• Sessão da Câmara de Vereadores de segunda-feira, 16, teve nada menos do que quatro horas. Duas para votações de projetos e período de tribuna livre e outras duas para a participação do prefeito Jarbas da Rosa (PDT).
• Os servidores públicos municipais que participaram da paralisação para reivindicar reajuste salarial em virtude das perdas relacionadas ao período da pandemia estão tendo que ‘pagar’ as horas não trabalhadas. Prefeitura e sindicato da categoria chegaram a um acordo para que não houvesse descontos, mas a Administração não abriu mão de uma compensação.