Manobra desgastante

O que aconteceu na Câmara de Vereadores, na noite desta quarta-feira, 18, nunca havia ocorrido na história do Legislativo e, talvez, nunca mais volte a ser registrado. Notadamente contrariado com o cenário de derrota iminente, o presidente Eduardo Kappel (PL), que concorria à reeleição para a Mesa Diretora, não realizou a eleição. Helena da Rosa (MDB), que protocolou chapa no meio da tarde do dia da eleição – tendo como vice Ana Cláudia do Amaral Teixeira (PDT) e como secretários Nelsoir Battisti (PSD) e Ciro Fernandes (PSC), além do apoio de Tiago Quintana (PDT), André Puthin (MDB), Sid Ferreira (PDT) e Izaura Landim (MDB) -, tinha oito votos e estava apenas à espera do momento em que seria conduzida à presidência. Mas Kappel – que tinha Adelânio Ruppenthal (PSB) como vice e Sandra Wagner (PSB) e Zé da Rosa (PSD) como secretários, além do apoio de Ezequiel Stahl, Gilberto dos Santos e Clécio Espíndola, o Galo, todos do PTB – tirou a eleição da Ordem do Dia, em tentativa desesperada de mudar o desfecho da sucessão. Não sou advogado de ninguém e, como sempre gosto de dizer, não beneficio ou prejudico quem quer que seja, mas a conduta do presidente, mais uma vez, foi inadequada. Em que pese o argumento de Kappel, de que é ele quem manda no Legislativo até o dia 31 de dezembro e que pode fazer a eleição em uma sessão extraordinária – inclusive já marcou para o dia 30, às 19h -, a mim pareceu uma afronta à democracia, uma manobra desgastante e que terá uma série de reflexos na política de Venâncio Aires. Foi tipo o dono da bola: ou jogo, ou ninguém joga.

SECRETÁRIOS EXONERADOS

Por falar em reflexos, os primeiros já foram sentidos ontem. O prefeito Giovane Wickert (PSB) exonerou dois secretários do MDB – Nilson Lehmen, do Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, e Joice Battisti Gassen, da Educação – e outros oito cargos em comissão (CCs) do partido que estavam na Prefeitura. Entre os dispensados está Gustavo da Rosa Dettenborn, filho da vereadora Helena da Rosa (MDB) e do ex-prefeito Almedo Dettenborn, que apoiou Wickert na eleição de 2016. De acordo com o prefeito, o episódio da sessão da Câmara “foi a gota d’água” para uma relação que “vinha aumentando em distanciamento e reduzindo em diálogo”.

JARBAS RINDO À TOA

Quem deve estar rindo à toa é Jarbas da Rosa (PDT), pré-candidato do PDT à Prefeitura em 2020 e que deve iniciar, imediatamente, as conversas com o MDB. Só acho.



Carlos Dickow

Carlos Dickow

Jornalista, atua na redação integrada da Folha do Mate e Terra FM.

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