Já não é mais possível medir a profundidade do buraco em que o vereador Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB), se meteu. Após ter confirmado o seu afastamento da Câmara de Venâncio Aires pelo período de quatro meses – o primeiro parlamentar na história de 90 anos do Legislativo a sofrer este tipo de punição e ficar sem salário – em decorrência de denúncias feitas à Comissão de Ética por Dudu Luft e Everton Dias, ambos do PDT, o socialista se vê envolvido em uma nova polêmica.

Circula nos grupos de WhatsApp um áudio em que Muchila chama os colegas Alberto Sausen (Podemos) e Nilson Lehmen (MDB) de “lixo” e “marionetes do prefeito”. A mensagem, segundo apurou a coluna, foi enviada a um simpatizante do vereador, mas acabou sendo vazada e está gerando muita repercussão nos bastidores da política. No áudio, o parlamentar critica o fato de Sausen e Lehmen terem votado a favor da sua suspensão. Logo abaixo, transcrevo a maior parte do teor da mensagem, com o cuidado de excluir o nome da pessoa que a recebeu inicialmente.

“A minha mágoa maior não é ser suspenso, isso faz parte do jogo. Mas ver um lixo daquele Alberto Sausen, um lixo daquele Nilson Lehmen, votar pelo meu afastamento, um com o rabo mais preso que o outro, marionetes do prefeito, votar contra mim, pra me afastar, é uma decepção muito grande, muito, muito grande. Tá louco. É uma noite pra entrar na história, aonde é que se feriu de morte a democracia e a voz de um parlamentar”, comentou Muchila. O que já era ruim, pode piorar, porque o socialista antecipou que vai à Justiça para tentar retomar o mandato, e este tipo de declaração pode influenciar na decisão de um magistrado.

Para quem acompanha a política venâncio-airense e, especialmente, os acontecimentos dos últimos dias, o ataque aos colegas vereadores é mais uma prova de que Muchila não pretende mudar sua forma de atuar, mesmo que tenha sido suspenso do Legislativo. Na verdade, ele mesmo já afirmou que não vai alterar a postura, pois entende que está com a verdade. Com a justificativa de que sofre perseguição política por apontar os problemas e falhas da Administração, ele deve seguir quando voltar à Casa do Povo. Mas, uma coisa é certa: o parlamentar terá que cuidar mais quem são os simpatizantes com os quais costuma se comunicar.

Emendas, LOA, IPTU e Sandra

A Câmara de Vereadores de Venâncio Aires teve sessão na noite de ontem, oportunidade em que os parlamentares aprovaram as emendas impositivas – 299 no total -; o afastamento de Claidir Kerkhoff Trindade (Republicanos) a partir de 1º de janeiro, para assumir a Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Social (inicialmente, André Puthin assume a vaga, mas a cúpula do partido já antecipou que Márcio Dedé e Luciano Silva terão oportunidade); o projeto que estabelece descontos referentes ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU); e a Lei Orçamentária Anual (LOA), que prevê as receitas e despesas do Município para o ano de 2026. Além disso, Sandra Wagner (PSB) assumiu a cadeira do suspenso Eligio Weschenfelder (PSB), que ficará fora da Casa por quatro meses. Mais informações na página 7 desta mesma edição.

Legislativo elege Mesa Diretora

Na sessão da próxima segunda-feira, 22, será eleita a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires para 2026. O presidente será Nelsoir Battisti (PSD), em cumprimento de acordo firmado entre os partidos da base governista no início da atual legislatura. Gilberto dos Santos (MDB e provável presidente em 2027) compõe a chapa na condição de vice. Os secretários são Alessandra Ludwig (PDT) e Alberto Sausen (Podemos) – primeira e segundo, respectivamente. É possível que o bloco de oposição apresente uma chapa para ‘marcar território’, mas ninguém acredita que a eleição possa ter uma reviravolta. Resta saber quem estará na cabeça da chapa. Pode ser qualquer um.

Demanda na Estância São José

O presidente do União Brasil, Airton Mota, entrou em contato com a coluna para divulgar uma demanda repassada a ele por moradores de Estância São José, no interior de Venâncio Aires. De acordo com o líder partidário, as estradas estão praticamente intransitáveis e a Prefeitura ainda não deu uma resposta aos pedidos dos cidadãos. “O pessoal está pedindo o mínimo. Me chamaram lá para fazer um vídeo, para que esta situação tenha repercussão. A comunidade quer atenção do Executivo”, concluiu Mota.