Que o empresário Maciel Marasca (PP), candidato derrotado na eleição para prefeito de 2024 – ao lado de Alexandre Wickert (PL) – costuma acompanhar com muita frequência as sessões da Câmara de Vereadores, não é novidade. Na segunda-feira, 8, mais uma vez ele estava presente no Plenário Vicente Schuck, acompanhado do presidente do PP em Venâncio Aires, Adriano Fagundes. Durante a sessão, assim como acontece sempre que Marasca está no Legislativo, várias pessoas, em especial agentes políticos, se aproximam para um cumprimento ou mesmo uma conversa sobre cenário atual e futuro na política local.

Na reunião desta semana, no entanto, uma manifestação chamou a atenção. Não por ser uma grande novidade, mas pelo fato de que foi a confirmação de que Marasca está mesmo decidido a contar com apoio de siglas não alinhadas à direita para vencer as eleições de 2028. Foi o vereador Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB), que escancarou o que já se pode chamar de sintonia entre os partidos que, atualmente, fazem oposição ao governo do prefeito Jarbas da Rosa (PDT) e da vice, Izaura Landim (MDB).

“Que Deus ilumine seus caminhos, Maciel Marasca, até a Prefeitura”, declarou o socialista, quase no fim do seu pronunciamento, no período das Comunicações. Muitos, inclusive Marasca, deram gargalhadas, o que evidenciou que as tratativas entre as legendas estão acontecendo. Na terça-feira, 9, ao participar do programa jornalístico Terra em Uma Hora, da Rádio Terra 105.1 FM, Muchila confirmou que está disposto a apoiar o progressista. “É empresário e a empresa dele vai bem, então tenho certeza de que reúne as condições para administrar Venâncio Aires. Vou estar ao lado de quem estiver contra o governo que está aí”, completou ele.

Ainda na sessão, assim que Muchila manifestou sua vontade de que Marasca seja prefeito, dois vereadores tiveram reações imediatas. Gerson Ruppenthal e Everton Dias, ambos do PDT, fizeram o gesto de ‘pular da barca’, claramente pelo fato de que, ao dizer que apoiaria o progressista, Muchila estava deixando de lado a principal referência do PSB, o ex-prefeito Giovane Wickert. Na sequência, Nelsoir Battisti (PSD) repercutiu a declaração do socialista, também no sentido de que estaria buscando se unir a um grupo com chances de vencer o pleito de 2028. Ao mesmo tempo, Muchila e Ezequiel Stahl (PL) – apontado como possível vice na chapa de Marasca – mandaram a seguinte frase: “Vem junto, Nelsoir”.

GP solta verbo sobre politicagem

Outra manifestação que também chamou a atenção na sessão de segunda-feira, 8, foi do vereador Jerferson Schwingel, o GP (PP). Ele, que costuma ficar à margem de discussões mais acaloradas os debates pessoais, resolveu responder ao presidente da Mesa Diretora da Casa do Povo, Dudu Luft (PDT), que na semana passada utilizou o termo “politicagem” para definir a atitude de vereadores de oposição que, após viagem a Porto Alegre e encontro com o comandante-geral da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, coronel Cláudio dos Santos Feoli, fizeram anúncio de três novas viaturas e reforço de cinco PMs para Venâncio Aires. De acordo com Luft, duas das três viaturas tinham sido adquiridas com recursos do Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública (Consepro).

“O presidente está tentando desmerecer a luta dos vereadores de oposição em benefício da segurança do nosso município. Isso porque representantes do governo sequer foram recebidos pela cúpula da Brigada Militar”, afirmou GP, para em seguida rebater comentário de que integrantes do Consepro teriam pressionado os vereadores de oposição para que se retratassem a respeito do assunto. “Não houve qualquer pressão, até porque é de conhecimento o trabalho realizado pelo Consepro”, disse. Por fim, GP também fez duras críticas à atual gestão e ao presidente da Mesa Diretora.

“Politicagem, pra mim, é distribuir cargas de brita em época de eleição. É não colocar em prática o projeto da usina de oxigênio do Hospital São Sebastião Mártir, que contou com doações de empresários e representaria uma economia de R$ 20 mil mensais. Politicagem, pra mim, é arquivar uma CPI que tinha a intenção de averiguar o sumiço de quase dois mil colchões. Isso sim é politicagem”, concluiu.

Rapidinhas

“Cuidado com o vereador Muchila, Maciel Marasca. Ele já afundou o Giovane [Wickert, do PSB] e vai afundar o senhor também”. Provocação foi do presidente da Mesa Diretora da Câmara, Dudu Luft (PDT).

Projeto que regulamenta a instalação de cercas elétricas em Venâncio Aires foi retirado da pauta da Câmara, pelo Executivo, e não tem data certa para retornar. Nem a base apoiou a proposição.