Município aguenta até quando?

Na sessão da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires da noite de segunda-feira, 16, os parlamentares usaram um novo termo quando se referiram ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). Ao comentarem moção de apelo à autarquia, de autoria de Alberto Sausen (Podemos), para que providencie melhorias urgentes na sinalização da ERS-422, Nelsoir Battisti (PSD) e Jeferson Schwingel, o GP (PP), disseram que o Daer “está falido”. De acordo com eles, embora a moção de apelo seja uma das formas de atuação dos vereadores para reivindicar ações, há muito tempo o órgão não dá uma resposta positiva em relação às demandas. Claidir Kerkhoff Trindade (Republicanos) foi ainda mais longe na crítica: “O Daer virou um cabibe de empregos”.

Dada a situação, os parlamentares evoluíram o debate para o fato de as responsabilidades estarem cada vez mais caindo direto ‘no colo’ do Município, que se vê pressionado pelos pedidos da população e não tem condições de atender todos. Aí vem a dúvida: a Prefeitura precisa mesmo se organizar para assumir as mais diversas demandas dentro do território municipal, ou ainda vale a pena cobrar ações do Estado? Uma pergunta que é sempre atual. No que se refere a estradas e rodovias, a Capital do Chimarrão já municipalizou o Acesso Dona Leopoldina e a VRS-816. Além disso, tem termo de cooperação com o Estado para a manutenção do trecho não pavimentado da ERS-422 e, normalmente, arca com isso.

Já se falou em municipalização da ERS-130, em Vila Mariante, tema que saiu um pouco da pauta após a cheia do Rio Taquari, em maio do ano passado, em virtude de o investimento na recuperação, que já era gigantesco, passou a ser astronômico. Obra do Daer em andamento, em Venâncio Aires e região, de fato, temos apenas na ERS-244, que leva até Vale Verde. E, convenhamos, andando ‘bem na manha’, mas andando, é preciso reconhecer. Segundo o vereador Gerson Ruppenthal (PDT), “o jeito é nos unirmos e cada um repassar recursos de emendas impositivas para estas ações”. O ‘pepino’ está aí para ser descascado, e resta saber até onde os cofres municipais aguentarão. Como os problemas estão aqui, é normal que a comunidade cobre dos gestores que estão perto. Mas, para ser justo, tem muita coisa que é dever do Estado e o Município está abraçando. Isso porque ficamos só na questão das estradas e rodovias. Se formos para outras áreas, o nó é ainda maior.

Ações de Robinho e comparação

Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB), só volta ao Poder Legislativo no dia 1º de julho, mas não passa uma sessão que o seu nome não seja mencionado no Plenário Vicente Schuck. Na segunda-feira, 16, ele foi lembrado por dois vereadores governistas – Dudu Luft (PDT) e Claidir Kerkhoff Trindade (Republicanos) – no momento em que comentavam a respeito de homenagem indicada pelo suplente Robson Nunes, o Robinho (PSB), à equipe de limpeza urbana da Prefeitura. “Parabéns, Robinho, pela sua postura e atuação. Bem diferente do teu colega de partido, que só critica”, afirmou Claidir. Na sequência, Dudu completou: “Robinho, tu foi muito feliz ao propor esta homenagem, porque é uma equipe unida, um exemplo. Só que eu acho que amanhã o Eligio te tira desta cadeira”.

Rapidinhas

Vereador Alberto Sausen (Podemos) está propondo que o dia 8 de julho seja instituído como Dia Municipal de Luta Pelo Fim da Violência Contra a Mulher. A data sugerida é uma homenagem ao aniversário da assistente social Juliani Carolini Klamt, vítima de feminicídio, aos 31 anos, em janeiro de 2020. Entre as justificativas, Sausen destaca a colaboração para o conhecimento da Lei Maria da Penha, impulso à reflexão crítica sobre a violência contras as mulheres na Capital Nacional do Chimarrão e integração da comunidade no desenvolvimento de estratégias para enfrentamento das diversas formas de violência.

Tramita na Câmara de Vereadores projeto de lei de autoria de Dudu Luft (PDT), que prevê alteração nas regras para adesão ao programa de pavimentação comunitária. O pedetista está propondo que qualquer via pública do município possa ser contemplada com calçamento, mesmo que não seja uma continuação de pavimentação, o que está previsto na legislação que atualmente vigora. No entanto, caso seja aprovada a iniciativa, segue sendo necessário o percentual de, pelo menos, 75% de adesão dos moradores da via para que a obras saia do papel com auxílio da Prefeitura. Luft tem carinho especial pelo programa, retomado quando ele era chefe de gabinete do prefeito Jarbas da Rosa (PDT).



Carlos Dickow

Carlos Dickow

Jornalista, atua na redação integrada da Folha do Mate e Terra FM.

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