Cheguei em Venâncio Aires, para morar, pela primeira vez, no ano de 2014. Seis meses depois, acabei voltando para a minha terra natal, Cachoeira do Sul. Mas, em 2015, pelas mãos do diretor de Conteúdo da Folha do Mate, Sérgio Klafke, com apoio da editora Letícia Wacholz e do colega de diagramação, Auri Wagner, retornei à Capital do Chimarrão em 2015 e cá estou desde então. Foi na festa de formatura da Letícia, no Piquete Machry, que a gente conversou e concordei em tentar a sorte mais uma vez nesta cidade, que, aliás, eu sabia desde a primeira vez que passaria a chamar também de minha. E estava certo.

Não demorou muito para que eu fosse destacado para a cobertura política. Acredito que no começo de 2016 já estava responsável pela editoria. Foi neste período que passei a me dar conta do quanto o município lamentava a ausência de representantes nas esferas estadual e federal. De lá para cá, todas as vezes que a eleição se avizinhava, nossa esperança se renovava. Agora vai, pensávamos, mas o sonho de voltar a ter deputados não se concretizava. No entanto, a comunidade nunca desistiu. Mesmo sabendo que voto cada um sabe do seu e que era difícil emplacar alguém na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados, acreditávamos.

Em 2018, Airton Artus (PDT) não se elegeu por 199 votos, época em que a biometria, segundo ele, pode ter sido decisiva para que não tivesse alcançado a vaga, pois muitos eleitores deixaram de voltar em Venâncio Aires e, proporcionalmente, faria os votos que faltaram. Com a primeira suplência e sem o PDT no governo de Eduardo Leite (PSDB), Artus assumiu a coordenação da bancada no Palácio Farroupilha. Mas não era isso que ele queria. Cheio de ideias, sugestões, projetos e muito conhecimento, sabia que tinha condições de ser deputado, de estar no Plenário 20 de Setembro.

Veio a eleição de 2022 e, no fim da apuração, parecia que o ex-prefeito pedetista finalmente escreveria seu nome na história. Todavia, a frustração mais uma vez abafou o que seria o seu momento de glória. Desta vez, por 627 votos. No comitê de campanha, poucos apoiadores conseguiram segurar as lágrimas, já que todos sabiam das chances reais de Artus se eleger. O primeiro momento foi de total decepção e ele, inclusive, chegou a desabafar acerca do que considerou falta de apoio para a única candidatura que poderia prosperar, no caso, a sua. Mal sabia ele que o jogo ia virar. Primeiro com a entrada do PDT no governo de Eduardo Leite.

A partir daí, a cadeira na Assembleia começou a ficar casa vez mais perto. Até que se confirmou, para alegria do ex-prefeito e de todos os venâncio-airenses. Mesmo que não votou ou não gosta dele – porque a gente sabe que a política tem dessas coisas -, deve ter a maturidade para se sentir representado. É um de nós no lugar onde se decide a vida dos gaúchos. É ele, Airton Artus, mas poderia ser qualquer outro e, mesmo assim, deveríamos nos alegrar. Vamos ter a quem recorrer, pois nesta terça-feira, dia 31 de janeiro de 2023, ele vai fazer história, ao ser empossado como deputado estadual. Apenas o quarto da nossa cidade a conseguir tal feito. Os outros foram Gleno Scherer, Selvino Heck e Luiz Fernando Staub, o Ratinho. Pelo que fiquei sabendo, Venâncio Aires vai em peso para Porto Alegre. E é mesmo momento para ser celebrado com entusiasmo.

Rapidinhas

• O projeto de reconstrução das Capelas Mortuárias Paul Harris, que foi apresentado na manhã desta sexta-feira, 27, na Prefeitura, mudará completamente a esquina das ruas Jacob Becker e Visconde do Rio Branco, na região central de Venâncio Aires. Mais do que disponibilizar novamente à comunidade o tradicional espaço para as despedidas de entes queridos, a Administração, em parceria com o Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), vai ampliar a estrutura da casa de saúde naquele ponto. Tudo faz parte dos planos de recuperação financeira do nosso hospital.

• Venâncio Aires manteve a ‘nota’ 0.779 no Índice de Desenvolvimento Socieconômico (Idese) em 2022, que considera informações de 2020 nas áreas de educação, saúde e renda. O desempenho da Capital do Chimarrão ficou acima da médio do Rio Grande do Sul (0.768) e fez com que a cidade ganhasse 18 posições no ranking dos 497 municípios gaúchos, pulando da 190ª para a 172ª colocação. Isso quer dizer que, mesmo na pandemia, a matriz produtiva e a prestação de serviços se mantiveram fortes, apesar de todos os obstáculos enfrentados. Quanto mais bem avaliados formos nestes levantamentos, mas seremos ‘vistos’ pelos investidores e, também, estarem garantindo qualidade de vida à nossa gente.

• Então tá, meu povo! Vocês vão ganhar um descanso de mim pelos próximos 15 dias. A retomada da coluna está prevista para o dia 16 de fevereiro, quando já teremos a Câmara de Vereadores funcionando a pleno, Airton Artus (PDT) já terá sido empossado deputado estadual e Giovane Wickert (PSB), possivelmente, já terá sido oficializado como subsecretário estadual de Obras Públicas do governo de Eduardo Leite (PSDB) e Gabriel Souza (MDB). Tudo de bom pra todo mundo e até a volta, pessoal!