Pela primeira vez desde que iniciou a atual legislatura, o vereador Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB), ficou claramente nervoso e desconsertado em uma sessão da Câmara. Foi na segunda-feira, 19, quando, como já havia previsto aqui neste espaço, ele e Gerson Ruppenthal (PDT), presidente do Legislativo, trocaram farpas na Casa do Povo.
Primeiro a se manifestar no período das Comunicações, Muchila partiu para o ataque, falou sobre a denúncia que fez contra o desafeto político, lembrou o episódio da cassação de mandato de Ruppenthal e usou o termo ‘pilantragem’ para classificar a ação do presidente da Casa do Povo, que fez a doação de uma caixa d’água a uma família do interior e precisou ressarcir o valor ao Executivo. Sugeriu que Ruppenthal dê mais atenção ao dinheiro público e colocou em dúvida a honestidade do presidente em relação a uma reforma que deve ser iniciada no prédio do Legislativo, com custo aproximado de R$ 350 mil, segundo ele.
Só que, ao contrário de outras vezes, em que normalmente Muchila faz declarações fortes que não são respondidas, Ruppenthal teve um contra-ataque que abalou o colega. “O Muchila vem aqui dizer que não pode tirar as coisas de quem precisa. Então, porque ele estava na fila para retirar remédios da Farmácia Municipal, onde só vão as pessoas carentes? Ou um vereador que ganha R$ 10 mil, contando salários e uma FG, não tem condições de comprar medicamentos?, disparou o pedetista.
Também disse que Muchila “ganha FG e não trabalha” e questionou se o colega não deveria devolver o dinheiro da função gratificada. “Mentira desse bobalhão”, revoltou-se o socialista, fora do microfone, mas perto o suficiente do local onde fica a imprensa, para que fosse ouvido. “Cadê a receita?”, indagou, para em seguida dizer que o fato de estar na fila da Farmácia Municipal não quer dizer que tenha pego medicamentos para si. Muchila acusou o golpe e, provavelmente, haverá novos capítulos desta ‘briga’ na Câmara. O que só causa mais desgaste, é lógico, mas faz parte.
Oposição ‘bate’ em Rodrigo VT
Boa parte dos vereadores de oposição elegeu o coordenador da Patrulha Agrícula, Rodrigo VT (PSD), como alvo das críticas em relação às cheias registradas na semana passada. Questionaram os motivos pelos quais ele – que tem um histórico de luta pelas comunidades da parte baixa da cidade e, supostamente, teria prometido acabar com o problema das cheias – não conseguiu solucionar a situação.
Em defesa de VT, os governistas afirmaram que a enchente foi uma das maiores dos últimos anos e, graças ao trabalho dele, a água não invadiu a cidade ainda mais. Também destacaram que não há esforço suficiente quando a natureza cobra seu preço e elogiaram as ações de desassoreamento que estão sendo realizadas. “É assim. Batem em quem se destaca nas suas atividades. Até pouco tempo era no William (da Silva, responsável pelas capatazias), agora escolheram o Rodrigo VT”, argumentou um defensor do governo. Soube que VT pretende pedir a tribuna para fazer o contraponto.
Rapidinhas
Representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), Cláudio Fengler e Luciano Walker ‘enquadraram’ os vereadores Benildo Soares (Republicanos) e André Kaufmann (PTB), ao utilizarem a tribuna da Câmara, na segunda-feira, 19, por manifestações feitas em sessão anterior. Os parlamentares afirmaram que momento algum quiseram atingir o sindicato ou os agricultores e fizeram pedidos de desculpas, mas o clima no Plenário Vicente Schuck foi de muita tensão e algum constrangimento.
Renato Gollmann (PTB) exibiu, durante a sessão de segunda-feira, 19, vídeos que mostram as precárias condições em que se encontram as paradas inteligentes de Venâncio Aires, em especial a que fica localizada na rua General Osório, nas proximidades do Super Dobom. Bebedouros sem chance de uso, muito lixo acumulado e equipamentos vandalizados são algumas das constatações.
Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB), defende que o prefeito Jarbas da Rosa (PDT) abra sindicância contra o assessor administrativo da Secretaria de Segurança Pública, Luciano Teixeira, por ter ido com Gerson Ruppenthal (PDT) entregar a caixa d’água no interior. “Outro dia, foi xingado por um servidor nas redes sociais e abriu sindicância. E agora?”, provocou. Ele também criticou o dinheiro gasto para que quatro integrantes da comunicação da Prefeitura fizessem um curso em Gramado. “São todos CCs, amanhã não estão mais aí. É rasgar dinheiro público”, atacou.