A vereadora Ana Cláudia do Amaral Teixeira (PDT) decidiu desabafar na tribuna da Câmara de Venâncio Aires, na sessão de segunda-feira, 5. Ela ocupou nada menos do que 15 minutos do período das Comunicações – contando com tempo cedido por outros colegas – e, ao falar sobre sua trajetória política e como servidora pública, elegeu como alvo o vereador Elígio Weschenfelder, o Muchila (PSB), seu desafeto.
Ana começou sugerindo que a tribuna da Câmara seja utilizada para comunicação de projetos e iniciativas, “mas não para ataques pessoais, que não acrescentam em nada”. A pedetista ainda comentou que estava fazendo o pronunciamento depois de pensar muito a respeito e, também, de ter sido cobrada por amigos e familiares para que rebatesse declarações feitas por Muchila nas últimas sessões do Legislativo de Venâncio.
“Revivi momentos do mandato passado, quando tínhamos um vereador com atuação muito parecida com a tua (Muchila), que me deixou com nojo da política e traumatizada. Foi ali que desisti da política. Não é para me vitimizar, mas trago isso como relato de experiência”, declarou a pedetista. Embora não tenha citado o nome do parlamentar que a traumatizou na gestão passada, trata-se de Eduardo Kappel (na época no Progressistas e hoje no PL), com quem Ana teve vários enfrentamentos. Um deles, aliás, chegou à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), quando denunciou Kappel por tê-la chamado de prostituta.
Ana Cláudia também se manifestou a respeito de valores que têm acumulados em seus vencimentos referentes a funções gratificadas, tema que foi levantado por Muchila recentemente. “Trabalhei muito, coisa que tem gente que nunca fez e não faz. Me espanta o seu desconhecimento da coisa pública, pois tenho 28 anos como servidora pública, além do meu trabalho como assistente social. Tive FGs em vários governos, porque sempre trabalhei e tenho muito orgulho disso”, disparou a parlamentar.
Por fim, ela criticou o fato de Muchila, que é integrante da diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Venâncio Aires, fazer ataques frequentes contra uma servidora. “Um sindicalista que nem no sindicato não fica, que é contra uma servidora. Não vai ser você que vai continuar com esta história de desqualificar o trabalho das mulheres. Não tenho mais medo desta velha política, que acha que mulher não pode ser valorizada. Tenho conteúdo. Respeita a minha história, concluiu Ana. Muchila não teve como responder, pois já havia utilizado o seu tempo de tribuna. Deve se pronunciar a respeito na próxima sessão.
Rapidinhas
• André Kaufmann (PTB) voltou a cobrar uma solução para a situação dos fios e cabos que se acumulam nos postes e, muitas vezes, ficam soltos, oferecendo risco para os cidadãos. Ele citou matéria publicada na Folha do Mate sobre a questão e reivindicou que a Prefeitura tome à frente e busque um entendimento com as empresas para que o problema seja solucionado.
• Embora a diretoria do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) já tenha manifestado o interesse de utilizar o espaço das capelas velatórias para a criação de um novo setor, o vereador Elígio Weschenfelder, o Muchila, está solicitando que a estrutura seja reformada e volte a ser disponibilizada à comunidade. De acordo com ele, muitas famílias não têm condições de arcar com custos de funerais, que agora incluem a locação de capelas particulares. O espaço está interditado por problemas estruturais.
• Oposição voltou à carga em relação às estradas do interior de Venâncio Aires. Vereadores dizem que os moradores de diversas localidades têm feito reivindicações e a Administração não tem atendido. E, como o assunto descanbou para o lado da Secretaria de Desenvolvimento Rural, os oposicionistas aproveitaram para atacar o titular da pasta, Gilberto dos Santos (MDB). A polêmica, de novo, foi a suposta ausência do secretário em seu local de trabalho no horário de expediente. Santos diz que não está nem aí para as críticas e nega que tenha feito atividades particulares no horário de trabalho. A oposição insiste nas denúncias. E ataca também William da Silva, servidor de carreira de Mato Leitão que foi cedido para Venâncio e é responsável pelas capatazias.
• São cada vez mais frequentes os episódios em que o presidente da Câmara, Benildo Soares (Republicanos), a pedido de outros vereadores, interrompe a sessão para solicitar que os parlamentares permaneçam em seus lugares e prestem atenção nos pronunciamentos dos colegas que estão na tribuna. Na segunda-feira, 5, isso aconteceu mais uma vez. “Fica no lugar, respeita e participa da sessão”, declarou o presidente. O mais engraçado é que quem pede silêncio num dia, está circulando e conversando no outro.