A firmação do prefeito de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa (PDT): “O presidente da Câmara, em 2023, será do PDT. E ponto”. De acordo com ele, a base governista vai manter o acordo feito no início da atual legislatura e que prevê um pedetista no comando da Mesa Diretora no terceiro dos quatro anos. Se a vontade de Jarbas se confirmar, a presidência será assumida por Gerson Ruppenthal ou César Garcia, já que os outros dois parlamentares eleitos pelo partido – Sid Ferreira e Tiago Quintana – estão nas secretarias de Infraestrutura e Serviços Públicos e de Saúde, respectivamente. As suplentes Ana Cláudia do Amaral Teixeira e Luciana Scheibler não podem assumir função na Mesa.

E, em 2024, disputariam a presidência Nelsoir Battisti (PSD) e Claidir Kerkhoff Trindade (União Brasil), desde que deixem as pastas de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo e de Habitação e Desenvolvimento Social, respectivamente, e retornem para o Poder Legislativo. No momento, ocupam as cadeiras das siglas, na Casa do Povo, Rodrigo VT (PSD) e Ricardo Landim (União Brasil), que também não podem se assumir cargos na Mesa Diretora. Ainda correm por fora, para serem presidentes no último ano, Gilberto dos Santos (MDB) e Clécio Espíndola, o Galo (PTB). O primeiro teria que deixar o Desenvolvimento Rural e reassumir o posto atualmente ocupado por André Puthin (MDB). O segundo seria elevado ao comando como forma de gratidão pelo apoio que tem garantido ao governo, mesmo sendo de partido de oposição.

Muchila, as denúncias e a FG

O vereador Elígio Weschenfelder, o Muchila (PSB), está convicto de que as denúncias que chegaram até ele têm fundamento e garante que vai acionar o Tribunal de Contas do Estado (TCE) para que apure pagamentos supostamente irregulares a servidores públicos. À coluna, ele enviou documentos que comprovariam o pagamento do benefício de difícil acesso a um capataz de distrito e de horas extras e função gratificada (FG), de forma cumulativa – o que não é permitido – a uma servidora de carreira.

O parlamentar se disse frustrado com a postura do prefeito Jarbas da Rosa (PDT) de sequer ventilar a possibilidade de que denúncias têm veracidade, além de ter dito que os vereadores – Muchila e André Kaufmann (PTB) – estariam mentindo. “O mínimo que eu esperava do chefe do Executivo era que dissesse que iria apurar as informações e, a partir de qualquer indício ou comprovação, tomar as medidas cabíveis. O problema está na mensagem, não no mensageiro. Desse jeito, a farra vai continuar”, declarou.

Perguntado, Muchila também confirmou que está na Justiça tentando reaver valores referentes à função gratificada (FG) que deixou de receber há algum tempo. Concursado como motorista desde 2010, ele passou a ter o benefício em 2017, quando assumiu como coordenador do Parque Municipal do Chimarrão, na gestão de Giovane Wickert (PSB) e Celso Krämer (ex-PTB e, agora, no Podemos). Em 2019, foi cedido para o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Venâncio Aires, onde assumiu a função de secretário. Nesta época, continuou recebendo a FG, que passou a ter a denominação de ‘mandato classista’.

Só que, em 2020, com a mudança na Constituição do Rio Grande do Sul, o benefício foi cortado e, então, deixou de receber o valor. Só que, como ainda está no sindicato, quer o montante retroativo e até o fim do seu mandato, que encerra em novembro. Ele, aliás, deve seguir na entidade na próxima gestão, como diretor de patrimônio. “Não estamos falando aqui sobre o que é moral, mas sobre o que é legal. Tive que ouvir a vereadora Ana Cláudia (do Amaral Teixeira, do PDT) falando em moral, logo ela que acumulou tudo o que foi possível ao longo da carreira e só não ganha mais que o prefeito porque não é possível”, alfinetou. Na ação judicial, Muchila afirma não ter condições financeiras de arcar com o pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios.

Jarbas e Republicanos reunidos

Teve reunião, esses dias, do prefeito Jarbas da Rosa (PDT) com o presidente do Republicanos, Mateus Figueiredo, o vereador do partido e presidente da Câmara de Venâncio Aires, Benildo Soares, e todos os cargos em comissão (CCs) da sigla no Executivo e no Legislativo. Pelo que a coluna apurou, foi na residência do secretário de Cultura e Esportes, Zé da Rosa e, entre as pautas debatidas, estaria a solicitação para que Benildo dê oportunidade na Casa do Povo aos suplentes da legenda. Ele foi o único vereador eleito do Republicanos, com 612 votos, e o partido é o único da atual legislatura que não deu chance aos suplentes. Os três primeiros suplentes são Zé da Rosa (503), Márcio Dedé (365) e Marcone Klafke (294). Márcio e Marcone ocupam CCs nas secretarias de Habitação e Desenvolvimento Social e de Cultura e Esportes, respectivamente.