Em razão do feriado do Dia do Trabalho, na próxima segunda-feira, 1º de maio, a Câmara de Vereadores de Venâncio Aires não terá sessão. O encontro foi adiado para quarta-feira, dia 3 de maio. Além do período de votações, a reunião será marcada pela presença do secretário de Saúde, Tiago Quintana (PDT), que vai fazer uma prestação de contas, a exemplo do que fez Sid Ferreira (PDT), titular da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisp), recentemente. E, a julgar pelo que ‘rendeu’ a passagem de Ferreira pelo Legislativo, é possível projetar uma repercussão ainda maior da participação de Quintana.

Isso porque as provocações já começaram. Na sessão de segunda-feira, 24, Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB), ironizou o fato de o secretário ainda não ter ido à tribuna da Casa e, além disso, convocou “a comunidade que não está satisfeita com a Saúde” a marcar presença na sessão e levar suas demandas. Muchila mencionou ainda a decisão de Quintana de abrir o voto, na eleição do ano passado, a Jair Bolsonaro (PL), destacando que o seu partido, o PDT, faz parte do governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Ele que engula o orgulho e vá a Brasília em busca de recursos para a Saúde. Que faça alguma coisa que preste, pois o povo está cansado de sofrer”, disparou. Em 2022, em levantamento feito pela Folha do Mate, Muchila não abriu seu voto para presidente.

Na terça-feira, 25, Quintana participou do programa Terra em Uma Hora, da Rádio Terra FM, para falar, entre outros assuntos relacionados à pasta que comanda, sobre a superlotação registrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) nos últimos dias. Na segunda-feira, por exemplo, a unidade atendeu 385 pessoas, recorde para um mesmo dia desde a sua inauguração, em 2014. Muchila enviou comentário, sugerindo que a sobrecarga na UPA seria por falta de médicos nos postos de saúde (não citou quais) e de resolutividade da rede de atenção básica. Quintana explicou como é feito o acolhimento nas unidades e, antes de encerrar a participação, alfinetou o vereador. “O Muchila é um grande falastrão. Tem a falácia de atingir as pessoas, porque no argumento ele não consegue ganhar. Ele tem uma paixão platônica por mim”, rebateu.

Quatro deixam de ocupar tribuna

Nas últimas semanas, os vereadores, em especial os de oposição, vinham reclamando da falta de oportunidade para que utilizassem a tribuna do Plenário Vicente Schuck, no período das Comunicações. Na sessão de segunda-feira, 24, eles ficariam mais uma vez sem fazer seus pronunciamentos, já que estava prevista a participação do secretário de Saúde, Tiago Quintana (PDT). No entanto, a ida do titular da pasta ao Legislativo foi adiada para quarta-feira, 3, da semana que vem, o que abriu espaço para as manifestações. Foi aí que veio a surpresa. Quatro dos 15 parlamentares declinaram: Claidir Kerkhoff Trindade (União Brasil), Luciana Scheibler (PDT), Samuel Gisch (PDT) e Clécio Espíndola, o Galo (eleito pelo PTB). Quem mais surpreendeu com a decisão foi Gisch, que ficará dois meses na Câmara e, em tese, não perderia qualquer oportunidade.

Rapidinhas

Benildo Soares (Republicanos) promete retomar a discussão sobre o dia do feriado do aniversário de Venâncio Aires. Na segunda-feira, 24, ao ser ‘provocado’ pelo colega André Kaufmann (eleito pelo PTB) sobre o tema, ele mandou o recado: “O Bombeiro Soares não esqueceu e, em seguida, o projeto deve vir para votação nesta Casa”. Na sequência, Kaufmann afirmou que, apesar do foco de Soares em relação ao tema, “o prefeito (Jarbas da Rosa, do PDT) não tem a mesma vontade que você, vereador Benildo”.

A munição da metralhadora do vereador Elígio Weschenfelder, o Muchila (PSB), parece não ter fim. O principal alvo do parlamentar é o secretário de Saúde, Tiago Quintana (PDT), que também é vereador eleito, o mais votado do último pleito, aliás. Mas sobram ‘balas’ para o prefeito Jarbas da Rosa (PDT), para os colegas suplentes e para o deputado estadual Airton Artus (PDT). Muchila tem convicção de que a sua forma de atuar – com críticas frequentes a tudo que entende estar errado na atual Administração – garantirá a reeleição ao Legislativo. Tem gente que acha que ele exagera.

Ao rebater queixas feitas por Muchila à Saúde, o presidente da Casa do Povo, Gerson Ruppenthal (PDT), disse que o vereador deveria parar de dizer que tudo é um caos na área. Ele lembrou, inclusive, o episódio em que o socialista sofreu um infarto. “Foi esta Saúde que salvou a sua vida”, argumentou Ruppenthal.