A sindicância aberta pelo prefeito Jarbas da Rosa (PDT) com o objetivo de apurar a falta de 1.782 colchões no Almoxarifado Municipal ainda vai dar muito o que falar. Já foi o assunto da sessão da Câmara de Vereadores, na segunda-feira, 24, e segue sendo alvo de ataques da oposição. Aliás, na reunião semanal do Legislativo, Ezequiel Stahl (PL) cobrou Claidir Kerkhoff Trindade (Republicanos), presidente da Mesa Diretora no ano passado, por supostamente ter barrado uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), proposta por ele, para verificação da aplicações dos recursos referentes à catástrofe climática de maio. “Se tivessem autorizado a abertura da CPI, talvez não estivéssemos com este tipo de situação agora. Mas engavetaram”, disse o político.

Em resposta, Claidir afirmou que não barrou ou engavetou a CPI. Segundo ela, a instauração não passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que era formada por Tiago Quintana (PDT), Zé da Rosa (Republicanos) e Diego Wolschick (PP). Os dois primeiros foram contrários ao expediente, enquanto o último votou favoravelmente. “A CPI não foi aberta porque foi considerada inconstitucional. O jurídico deixou bem claro que CPI investiga uma situação específica. Como o vereador Ezequiel fez vários questionamentos, o mecanismo correto seria o pedido de informações. Por isso, não foi levada adiante”, comentou.

Foto dos colchões transportados

Ainda sobre os colchões, na terça-feira, 25, circulou pelos grupos de WhatsApp uma imagem de um veículos da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Civil com vários deles sendo transportados. Primeiro, ficou a dúvida se a foto era realmente daquele dia, informação que foi confirmada pelo titular da pasta, Luciano Teixeira. De acordo com ele, os colchões estão todos sendo levados para um único lugar, para que seja possível fazer uma contabilidade e encontrar respostas para a falta de 1.782 unidades. Aliás, parece que resolver este impasse virou total prioridade para a Administração de Venâncio Aires.

Rapidinhas

“Tô bem cansado hoje. Se tivesse um colchão disponível, nem ia usar a tribuna. Ia aproveitar pra dormir um sono”. A provocação foi lançada pelo vereador Ezequiel Stahl (PL), quando chegou ao Plenário Vicente Schuck, para a sessão da Câmara de segunda-feira, 24. Ele se referia ao caso dos colchões que, para a oposição, é um ‘sumiço’, mas para quem faz parte do governo trata como ‘inconsistência de notas fiscais’. Para saber o que realmente aconteceu, vamos ter que aguardar mais um pouco, até que a sindicância instaurada na Prefeitura conclua todas as investigações. A falta de 1.782 colchões do Almoxarifado Municipal foi constatada em conferência de patrimônio feita pela Coordenadoria de Controle Interno.

Há algum tempo, jornalistas ou profissionais que têm ligação com a área da comunicação estão entre os preferidos dos vereadores para a função de assessor parlamentar. Com a necessidade cada vez maior de presença nas redes sociais, os políticos dão preferência para quem tem habilidades com programas e aplicativos que oportunizam um trabalho de divulgação exponencial da atuação parlamentar. Não é só o telefone celular que aparece nas sessões da Câmara de Vereadores ou eventos da Prefeitura. Câmeras profissionais, tripés e até drones fazem parte dos equipamentos utilizados. Num piscar de olhos, ou estalar de dedos, os materiais estão à disposição de quem acompanha a política aqui na nossa terrinha.

A sessão da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires da última segunda-feira, 24, foi encerrada com um minuto de silêncio, uma homenagem ao ex-presidente do Legislativo – dono de sete mandatos na Casa do Povo -, Paulo Mathias Ferreira. Ele faleceu no dia 17, no Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul, onde tratava uma infecção generalizada. Ferreira era presidente do MDB na Capital do Chimarrão e mantinha atuação como advogado. Durante a reunião semanal, vários parlamentares lamentaram a morte do político, em especial Nilson Lehmen e Gilberto dos Santos, os dois vereadores do MDB que têm assento no Plenário Vicente Schuck.