Uma situação inusitada marcou a sessão de segunda-feira, 27, da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires. Na verdade, foi uma mistura de constrangimento e fúria, protagonizada pelo segundo secretário da Mesa Diretora da Casa, Benildo Soares (Republicanos). Primeiro, o parlamentar deu um murro na mesa, quando chegou ao Plenário Vicente Schuck, deixando claro que estava furioso com o que tinha acabado de acontecer. Depois, até quase o fim da sessão, notadamente se constrangeu por ter que encarar pessoas que ele tinha convidado para a reunião.
Soares chamou tradicionalistas porque acreditava que seria votado projeto de sua autoria que previa a inclusão de conteúdo da cultura gaúcha nas aulas ministradas nas escolas municipais de Venâncio Aires. De acordo com ele, a proposta era muito importante, tanto pelo fato de resgate histórico, quando pela perpetuação do tradicionalismo por todas as gerações. O problema é que a matéria recebeu parecer contrário e não foi a votação. Sobrou para o prefeito Jarbas da Rosa (PDT): “Tem que aprovar e mandar pro Executivo. Se tiver veto, a gente derruba. O prefeito manda no Executivo, aqui não manda nada”, disse o parlamentar, que inclusive foi pilchado para o encontro semanal do Poder Legislativo.
Recados de Wickert e Wolschick
Na coluna de sábado, 25, publiquei nota sobre o vereador Diego Wolschick (Mais Brasil) ter comemorado o fato de que as obras de asfaltamento em Vila Deodoro estão perto da conclusão. Citei ainda que o parlamentar costumava fazer reivindicações nos momentos em que os trabalhos eram paralisados. Na terça-feira, 27, divulguei manifestação do presidente da Câmara, Gerson Ruppenthal (PDT), que afirmou que a obra é do prefeito Jarbas da Rosa (PDT) e que Wolschick fazia parte do governo anterior, de Giovane Wickert (PSB), que não conseguiu fazer as obras na ERS-422.
Pois Wolschick e Wickert fizeram contatos com a coluna a respeito das declarações de Ruppenthal. O vereador do Mais Brasil disse que não se deve desmerecer a luta travada pelos últimos gestores, Wickert e Airton Artus (PDT), “que tanto batalharam para asfaltar a ERS-422, projeto que agora está tendo continuidade com Jarbas”. Wolschick completou com uma alfinetada: “O presidente do Poder Legislativo precisar dar o exemplo, e não ficar criticando o trabalho dos vereadores que buscam melhorias à comunidade. Precisa olhar no para-brisa e não no retrovisor”.
O ex-prefeito e atual subsecretário de Infraestrutura e Patrimônio Público, da Secretaria de Obras Públicas do Estado, disparou que “depois de tudo o que o vereador Gerson Ruppenthal sofreu e teve que enfrentar nos últimos anos, pensei que ele tinha evoluído na política, mas vejo que me enganei”. Wickert sustenta que “a verdade é que a 422 e a 244 só estão acontecendo porque eu me envolvi e fui atrás dos projetos e dos recursos”. O ex-prefeito declarou também que “vencer os ranços políticos é uma grandeza” e sugeriu que “o vereador deixe a inveja de lado e olhe mais para a comunidade”. É a política e os embates que a caracterizam.
Rapidinhas
• Vereador Ezequiel Stahl (Mais Brasil) é outro que está indignado com o presidente da Câmara, Gerson Ruppenthal (PDT). Isso porque, na sessão de segunda-feira, 27, o comandante da Mesa Diretora não lhe garantiu a palavra depois de ter se pronunciado na discussão de um projeto, sob a justificativa de que o presidente é sempre o último a falar. “É muito arbitrário, totalmente contrário ao Regimento Interno”, escreveu ele.
• Prefeito de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa (PDT), quer dar início em abril a um cronograma de inaugurações de obras. A primeira delas deve ser o asfalto de Linha Sapé, que se encaminha para a conclusão. Segundo ele, há ainda inaugurações previstas nas áreas de saúde e de educação.