Adecisão de retirar o projeto que previa feriado no dia 11 de maio, aniversário de Venâncio Aires, rendeu ao proponente, Benildo Soares (Republicanos), uma espécie de ‘massacre’ na sessão de segunda-feira, 22. Até os vereadores que votariam a favor da proposta – mesmo sabendo que ela não prosperaria – deixaram claro seu descontentamento com a manobra, que também tinha sido utilizada em dezembro do ano passado, quando Soares retirou a matéria da Ordem do Dia pela primeira vez, também quando notou que seria voto vencido.
Alguns parlamentares foram mais enérgicos. Ezequiel Stahl (PTB), que votaria contra a proposição, disse que “muitos vereadores não estão aptos a ocupar cadeira nesta Casa”. De acordo com ele, em razão da atitude de Soares, todos passaram vergonha. “Soldado morre atirando”, declarou. Outro contrário à matéria, Diego Wolschick (PTB) afirmou que “a Câmara foi manchada pela retirada do projeto”. Ele ainda pediu que o PL seja arquivado e que nunca mais se volte a discutir sobre o assunto.
André Kaufmann (PTB), favorável ao feriado no dia 11 de maio, não poupou críticas ao colega do Republicanos. “Foi uma decisão equivocada e, mais uma vez, acabou envergonhando esta Casa. Que não se fale mais nisso, senão vai ficar muito feio”, disparou. Também a favor, Sandra Wagner (PSB) lamentou o fato de não ter tido chance de expor a sua justificativa à comunidade. “Tem um apelo populacional pela volta do feriado do dia 11 de maio, mas concordo que o assunto não deve mais voltar à pauta. Está sacramentado. Um desgaste totalmente desnecessário”, argumentou.
Contrários à mudança, Claidir Kerkhoff Trindade (União Brasil), Renato Gollmann (PTB) e Ana Cláudia do Amaral Teixeira (PDT) também pediram que o assunto não volte a ser discutido. “Queria que fosse votado, para acabar com esta ladainha, mostrar o que cada um realmente pensa e não passar esta vergonha. A Casa se apequena quando este tipo de discussão aflora. Espero que não coloque mais em pauta, porque daí vai virar palhaçada”, desabafou a pedetista. Gerson Ruppenthal (PDT), presidente da Mesa Diretora e que também não apoiava a iniciativa, encerrou os comentários: “Não foi por falta de aviso. Eu disse que ia dar com os burros n’água mais uma vez. Fez esta Casa passar mais um vexame”. Benildo Soares disse que não pretende sepultar o debate.
Gisch fala, explica e contra-ataca
Na sessão de segunda-feira, 22, Samuel Gisch (PDT) esclareceu que não fez uso do tempo no período das Comunicações, na reunião anterior, porque não estava se sentindo bem e precisou deixar o Plenário Vicente Schuck. Além disso, aproveitou para responder os colegas de oposição, que têm reclamado da sujeira pela cidade e dos galhos acumulados esperando por recolhimento. “Estamos em período de poda e o serviço aumenta bastante. E não me venham falar em sujeira, pois quando assumimos a Prefeitura tinha lugar de capoeira tão alta que dava para brincar de se esconder”, disparou. Antes de assumir cadeira no Legislativo, Gisch era o responsável pelo Departamento de Limpeza Urbana.
Rapidinhas
Recém-filiada ao MDB, Silvia Schirrmann – que concorreu a vereadora pelo PTB, em 2020, e a deputada federal pelo Podemos, no ano passado – já está inserida na Prefeitura como cargo em comissão (CC). Ela ocupa função no Centro de Atendimento ao Turista (CAT), que está estruturado no Edifício Storch, onde também ficam a Secretaria de Cultura e Esportes e o Museu. É nome certo em busca de uma vaga na Câmara em 2024.
Representante do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS), João Batista Gomes ocupou a tribuna da Câmara na segunda-feira, 22, para falar sobre o aniversário de 85 anos da entidade, além dos projetos realizados ao longo dos anos e pautas defendidas.
Ainda sobre o debate do feriado do dia 11 de maio, não sobrou só para o vereador Benildo Soares (Republicanos), que retirou o PL. César Garcia (PDT), que votaria a favor da matéria, disparou contra as pessoas que foram à Câmara acompanhar a sessão e se manifestaram muitas vezes, inclusive com vaias, o que é proibido pelo Regimento Interno. “O que me deixa frustrado é o comportamento dos empresários. A gente respeita a opinião de cada um, mas a postura não foi legal”, manifestou.