Eduardo Stertz, agricultor filiado ao PSD, entrou em contato com a coluna para apresentar uma tese de que o “Nordeste não elegeu Lula”. De acordo com ele, nos estados em que venceu, Jair Messias Bolsonaro (PL) somou 37.876.307 votos, contra 27.518.499 votos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), uma diferença de 10.357.808 votos em um total de 65.394.806 eleitores. Por outro lado, nos estados em que foi superior, Lula fez 32.674.595 votos, contra 19.551.547 votos de Bolsonaro. Foram 13.123.048 votos de diferença em um universo de 52.226.142 eleitores. Ou seja, onde bateu o adversário do PT, Bolsonaro não conseguiu abrir uma diferença suficiente para garantir a reeleição a presidente.
Além disso, Stertz acredita que a eleição se decidiu em dois estados: Bahia e Minas Gerais. Na Bahia, Lula fez 6.097.815 votos, contra 2.357.028 de Bolsonaro, sendo que, para governador, o eleito Jerônimo (PT) teve 4.480.464 votos, contra 4.007.023 de ACM Neto (União Brasil). Mesma leitura, destaca ele, serve para Minas Gerais. Lá, o governador eleito, Zema (Novo), obteve 6.094.136 votos, enquanto Bolsonaro 6.141.310 votos, puxando poucos votos dos demais candidatos, na avaliação do agricultor.
“Não fez o básico, o trabalho de casa, na Bahia e em Minas Gerais, onde estavam os votos que faltaram”, avalia Stertz. Ele acrescenta que “o extremismo político tem afastado as pessoas do debate e de conversas sobre política, que tinham aumentado nas três últimas eleições, o que era um fator positivo. E, agora, muitos se calaram para não gerar desavenças”. Por fim, ele acredita que muitos eleitores que perderam familiares e amigos durante a pandemia “votaram contra o Bolsonaro, pois, apesar de ter sido um bom presidente, brincou com a vida e sentimentos destas pessoas. Muitos votaram pelo coração e não pela razão”.
Benildo nega perseguição política
O presidente da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires, Benildo Soares (Republicanos), enviou nota à coluna, por meio da assessoria de comunicação da Casa, na qual afirma que não há perseguição política no Poder Legislativo. “A Câmara de Vereadores de Venâncio Aires informa à comunidade em geral que inexiste nesta Casa qualquer forma de perseguição política, moral ou religiosa, pois se trata de local democrático, onde são debatidas ideias, respeitando-se a opinião do próximo”, diz a nota. Na quinta-feira, 3, publiquei neste espaço informação de bastidores dando conta de que servidores estavam com medo de ser exonerados depois de terem revelado voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Rapidinhas
• Prefeito Jarbas da Rosa (PDT) garante que a nota publicada na coluna de terça-feira, dia 1º de novembro, que tratava sobre a possibilidade de um ‘peixe grande’ deixar o partido, “não tem fundamento”. De acordo com ele, está tudo certo na sigla e não há tensões internas que justifiquem qualquer saída, ainda mais alguém com história no PDT.
• Perguntei ao vereador André Puthin (MDB) se teria intenção de se posicionar em relação às declarações da colega Helena da Rosa, publicadas neste espaço. Disse que falaria com o presidente da legenda, Paulo Mathias Ferreira, e depois faria contato. Por enquanto, ainda não chegou nada. Ferreira foi o único a quebrar o silêncio. Afirmou que não há bomba para explodir no MDB, mas admitiu que Puthin e Helena têm desentendimento pessoal.
• De todos os ex-vereadores do PTB, que agora fazem parte do Mais Brasil, Renato Gollmann é o que deve ter a decisão mais difícil sobre que rumo tomar no futuro. Como não tem relação estreita com o deputado federal reeleito Marcelo Moraes (PL), não deve seguir este caminho. A intenção era de engrossar as fileiras do Podemos, mas o desempenho decepcionante de Celso Krämer na eleição para deputado estadual é um sinal importante e pode até esvaziar o partido. Por fim, se ouve até, nos últimos dias, que Gollmann poderia fazer escolha por uma legenda que viabilizasse ingresso no governo. Acho difícil, mas não impossível. Na segunda-feira, 31, o vereador foi o que mais lamentou a “destruição do PTB”. Segundo ele, o responsável direto pela extinção da sigla foi Roberto Jefferson.
• Pode ter resultado positivo o trabalho do suplente Claudio Weschenfelder (PDT) e da vereadora Sandra Wagner (PSB) no que se refere às normas de segurança, prevenção e proteção contra incêndios nas edificações e áreas de risco. Na terça-feira, 1º, a Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa emitiu parecer favorável ao PLC 240/2019, de autoria do deputado Airton Lima (PL) e que tem Elton Weber (PSB) como relator. Se for aprovado o abrandamento das exigências, a matéria pode beneficiar entidades com áreas físicas construídas abaixo de 1,5 mil metros quadrados, que não precisariam instalar hidrantes.