A sessão da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires de quinta-feira, 14, teve de tudo um pouco. Votação de 260 emendas ao orçamento, aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024 – com previsão de R$ 386,4 milhões de arrecadação – e, claro, muitas trocas de farpas. O primeiro desentendimento foi registrado quando Renato Gollmann (PTB), irritado com o barulho do cronômetro que controla o tempo de pronunciamento de cada vereador, bateu de frente com César Garcia (PDT), responsável por acionar o equipamento. “Que bagunça tá isto aqui. A gente tá falando e esta bosta fica apitando. Se o tempo estiver esgotado, o presidente pode pedir para que a gente conclua, mas não tem fundamento o cara (Garcia) ficar apertando o botão para fazer barulho o tempo todo. Estou entalado com isso faz mais dias”, disparou.
Na sequência, Garcia contra-atacou, ironizando o fato de Gollmann ter deixado vazar uma ligação de celular no microfone, com mensagem de uma instituição bancária. “Bagunça é tu tentando fazer financiamento durante a sessão. Queria ver se o vereador estivesse sentado aqui onde estou, aí sim ia ser uma bagunça”, comentou ele, em referência à função de primeiro secretário da Mesa Diretora. E não parou por aí. “Se o senhor quer fazer uma cobrança, primeiro dê o exemplo, vereador”, seguiu Garcia. Logo depois, Gollmann pegou seus pertences na gaveta referente ao seu assento e deixou o plenário. Sem querer (escrevo porque vi o semblante do parlamentar), ao fechar o compartimento, bateu com força, o que motivou uma ‘mímica’ do presidente Gerson Ruppenthal (PDT): “Tá louco”, afirmou, girando o dedo indicador no entorno da orelha.
Depois, Ezequiel Stahl (PTB) fez comentário a respeito do episódio. Sem citar nomes, declarou que a sessão foi “horrorosa” e que “tenho que concordar com a comunidade, que diz que esta é a pior Câmara da história”. O parlamentar afirmou que os colegas precisam se dar conta da importância dos temas tratados no Legislativo e manter um comportamento condizente com o cargo que ocupam. “Tudo tem limite e precisa haver respeito. Não é possível que as mesmas pessoas que aprovam um orçamento de R$ 386 milhões para o Município tenham este tipo de postura e façam a Câmara passar por situações vexatórias como a de hoje. Tomara que a população dê uma atualizada boa na Casa em 2024”, disse. Ele também se queixou do pouco tempo destinado às Comunicações, quando os vereadores fazem uso da tribuna do Plenário Vicente Schuck para suas manifestações. “Neste caso, é uma manobra que vem sendo constantemente repetida pela base governista”, argumentou Stahl.
Prováveis destinos dos petebistas
André Kaufmann e Ezequiel Stahl no PL, Diego Wolschick no PP, Renato Gollmann no Podemos e Clécio Espíndola, o Galo, no MDB. Estes são os prováveis destinos dos vereadores do PTB na janela de transferências de abril de 2024. Galo teria acertado a ida para o MDB nos últimos dias. Além disso, comenta-se nos bastidores da política que Stahl, mesmo que já tenha dito que não pretende figurar em chapa à majoritária, ainda pode aparecer como vice de Giovane Wickert (PSB) no ano que vem. Segundo apurou a coluna, Kaufmann será o responsável por tentar sensibilizar PL e PP a coligarem com o PSB. Apesar de Alexandre Wickert e Maciel Marasca, pré-candidatos de PL e PP, respectivamente, já terem afirmado que só conversam com quem for de centro-direita, há quem aposte que a aliança com o PSB – que, por sua vez, não descarta o PT, o que incomoda a direita -, possa se concretizar. Será?
Rapidinhas
• Depois de Nelsoir Battisti (PSD), Claidir Kerkhoff Trindade (União Brasil) também manifestou contrariedade ao projeto de Eduardo Leite (PSDB) de atualização da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICM). Segundo ela, caso a medida seja aprovada na Assembleia Legislativa, “o governador estará sangrando o povo gaúcho”. Claidir defendeu, inclusive, que os vereadores cobrem seus deputados estaduais para que votem contra a iniciativa. Já são dois governistas que fazem pronunciamento neste sentido, o que respinga em Airton Artus (PDT), deputado estadual venâncio-airense que integra a base de Leite no Palácio Farroupilha e se vê em uma encruzilhada no que se refere à votação.
• “Feliz por esse projeto da dengue ter sido aprovado. Fui acometido pela doença, representei a Câmara no comitê e fiz indicação, após pesquisas em outras cidades”. Mensagem é do suplente André Puthin (MDB), sobre a aprovação da Política Municipal de Prevenção e Combate ao Mosquito Aedes Aegypti.