As sessões da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires têm apresentado episódios de pura ‘trocação’, como dizem os adeptos do UFC. Os ataques têm ocorrido em todas as direções, tanto da oposição contra a situação, quanto dos próprios grupos entre si. Projetos polêmicos e impopulares têm garantido o combustível necessário para manter esta fogueira acesa. E em menos de um mês de trabalhos, o presidente do Legislativo, Benildo Soares (Republicanos), já teve uma série de ‘pepinos’ para descascar. O último desconforto do comandante da Mesa Diretora ocorreu na sessão de quinta-feira, 24. O encontro semanal teve mais de quatro horas de duração, algo totalmente incomum. Quando chegou o momento do período das Comunicações, Soares tentou convencer os colegas de que o tempo original precisaria ser reduzido. Até sensibilizou alguns, mas foi ‘enquadrado’ por Elígio Weschenfelder, o Muchila (PSB): “O senhor garantiu que teríamos a nossa íntegra nas falas. O senhor, eu imagino, é um presidente de palavra e vai honrar o que disse. Eu não abro mão dos meus seis minutos”. E o presidente manteve a palavra.
Limpa na Câmara e também na Prefeitura
Elígio Weschenfelder, o Muchila (PSB), é o parlamentar que mais utiliza a palavra nas sessões do Legislativo. Talvez em razão disso, seja também o que mais se mete em ‘confusão’. Fala tudo o que pensa, mas em contrapartida sofre muitos contra-ataques. Na sessão de quinta-feira, 24, enquanto tentava convencer os colegas a adotarem o mesmo ponto de vista em relação a um projeto, comentou que todos deveriam lembrar que a comunidade está atenta à política e que dá seus recados nas urnas. “Prova é que muitos dos que aqui estão são suplentes. Vejam que houve uma limpa nesta Casa”, provocou. André Puthin (MDB), Ana Cláudia do Amaral Teixeira (PDT), Ricardo Landim (PSL), Luciana Scheibler (PDT), Alexandre Fernandes (PSC) e Alberto Sausen (PTB) se enquadram no critério de suplência, mas foi um vereador titular, César Garcia (PDT), desafeto de Muchila, que respondeu. “O senhor está esquecendo que o eleitor também fez uma limpeza na Prefeitura, vereador”, devolveu, lembrando que o socialista fez parte da Administração passada, liderada por Giovane Wickert (PSB) e Celso Krämer (na época no PTB e hoje no Podemos), quando foi coordenador do Parque do Chimarrão.
Ana Cláudia alfineta André Kaufmann
Na sessão da Câmara de segunda-feira, 21, o plenário aprovou, por unanimidade, uma moção de apelo de autoria do vereador André Kaufmann (PTB), endereçada ao governador Eduardo Leite e à secretária de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Silvana Covatti, que pede a concessão de subsídio de 100% dos valores do Programa Troca-Troca de Sementes de Milho para a safra 2021/2022, devido às perdas ocasionadas pela estiagem histórica. A colega Ana Cláudia do Amaral Teixeira (PDT) não deixou passar em branco e lembrou o petebista que o Governo do Estado já anunciou a anistia sugerida.
Fernandes se irrita e ironiza Muchila
Na sua primeira sessão no retorno à Câmara de Vereadores, na segunda-feira, 21, Alexandre Fernandes (PSD) se irritou com o colega Elígio Weschenfelder, o Muchila (PSB). Enquanto fazia a explanação sobre a sua proposta de criação da Frente Parlamentar dos Homens pelo Fim da Violência Contra a Mulher, Fernandes se incomodou com o que classificou como “deboche” de Muchila, que estaria rindo no momento da manifestação. “Não entendi o motivo do colega fazer arzinho de graça, porque dias atrás foi chacota aí nas redes sociais”, disparou, em clara referência ao episódio no qual Muchila se envolveu recentemente, quando foi agredido em confusão com um servidor público. Mais tarde, o socialista negou que tenha debochado do colega.
Rapidinhas
• Durante participação no programa Terra em Uma Hora, da Rádio Terra FM, nesta sexta-feira, 25, o vereador Elígio Weschenfelder, o Muchila (PSB), disse que tem sido chamado, por algumas pessoas, de “o novo Duda Kappel”. Ele não concorda com o ‘apelido’. “O Duda Kappel (ex-vereador Eduardo Kappel) ofendia, magoava e tripudiava. Eu discuto no campo das ideias”, argumentou o parlamentar.
• O vereador André Kaufmann (PTB) denunciou, na tribuna da Câmara, na sessão de quinta-feira, 24, um suposto caso de nepotismo no Legislativo. Ao ser cobrado para que desse nome aos bois, indicou o colega Clécio Espíndola, o Galo (PTB). Segundo apurou a coluna, Galo nomeou como sua assessora a namorada do filho, com anuência da assessoria jurídica da Casa do Povo. Embora entenda que o caso não é de nepotismo, diz que já está providenciando a exoneração.
• Deixo registrado aqui um abraço ao amigo Betinho Morsch, que conheci pessoalmente na quinta-feira, 24. Mais um leitor deste espaço. Muito obrigado pela preferência.