Antes de entrar no assunto sobre o qual quero tratar, penso que é importante deixar uma coisa bem clara: não tenho problemas com nenhum político e jamais beneficiaria ou prejudicaria quem quer que seja. É isso que sempre digo às minhas fontes e gostaria de registrar aqui, pois, felizmente, tenho boas relações com todas elas e assim pretendo seguir. Mas, quando deparo com determinadas situações, especialmente quando se repetem, me sinto na obrigação de emitir opinião, até porque é para isso que assino esta coluna.

Dito isso, vamos ao que interessa. Na sessão da Câmara de segunda-feira, 22, o vereador Elígio Weschenfelder, o Muchila (PSB), voltou dizer, em pronunciamento no período das Comunicações, que o poder público “gasta uma fortuna com mídia, tentando mostrar uma Venâncio Aires que não existe”. Minha intenção não é defender a atual Administração – que Muchila chama de inoperante e incompetente -, mas fazer uma reflexão acerca da comunicação. Por que muitas pessoas entendem que as empresas deste ramo têm que, apenas, fazer obras sociais? Não basta todo o suporte que um veículo oferece à comunidade na qual está inserido? E se não vender publicidade, como fará para pagar os seus funcionários?

São questionamentos que me vêm à cabeça com alguma frequência, até porque as empresas de comunicação estão entre as que mais sofreram com a pandemia do novo coronavírus. E, aliás, não pararam em momento algum. Os funcionários, principalmente os jornalistas, estavam o tempo todo na linha de frente. Muitos tiveram descontos nos seus salários, inclusive, sem contar aqueles que foram acometidos pela Covid-19, como é meu caso. Dizer simplesmente que se gasta uma fortuna com mídia, sem apresentar dados que embasem este tipo de manifestação, é desvalorizar o trabalho da categoria e (perdoe-me, vereador!) jogar para a torcida.

Faço este registro até pelo fato de que o vereador Muchila é bastante midiático. Faz postagens nas redes sociais o tempo todo (e isso eu admiro, gosto deste estilo combativo e fiscalizador), contata os veículos de imprensa e ganha espaço com frequência, pois os temas dos quais trata são relevantes. Ele é o único vereador, desde que estou na Folha do Mate, que criou grupo no WhatsApp e incluiu vários jornalistas, de todos os veículos de comunicação. Isso é um problema? Claro que não, isso é proatividade, é amor pelo mandato.

Talvez ele não tenha se dado conta de que há profissionais que se sentem desprestigiados com o tipo de comentário que fez. Da forma como falou, parece que os veículos oferecem jornalistas para “cuidar” da Administração. Publicidade institucional não é proibida e todas as gestões fazem, inclusive a anterior, da qual ele fez parte. Agora, se o Município gasta demais, seja em que veículo for, seria interessante buscar dados e apresentar à comunidade. Vou encerrar me apropriando de uma frase do próprio Muchila, que peço licença para ocupar como se fosse minha: “Não quero aqui fazer crítica, apenas dizer o que penso e o que me chega da comunidade”.

Aproveitando que citei o vereador, registro aqui meus votos de pesar pelo falecimento de sua mãe, Maria Odila Weschenfelder, ocorrido no dia de ontem. Muita força para superar este momento tão difícil e doloroso.

Rapidinhas

• Assim como muita gente, o vereador Diego Wolschick (PTB) está apavorado com a alta no preço dos insumos agrícolas. De acordo com ele, uma saca de adubo já está saindo “pela fortuna” de R$ 250. Além disso, o parlamentar alerta para a possibilidade de fraudes. “Já temos notícias de que os produtos são vendidos a preço de mercado, porém adulterados”, comentou.

• Sandra Wagner (PSB) também manifestou preocupação em relação ao assunto. Conforme ela, “em pouco tempo vamos ter uma debandada de produtores do interior e vai faltar comida para as pessoas”. A vereadora compartilhou que, segundo levantamento da Fetag, “a próxima safra vai ser a mais cara do século”. Ela sugeriu até uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a disparada dos preços dos insumos.

• Os prefeitos de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa, e de Cruzeiro do Sul, João Henrique Dullius, vão marcar presença na inauguração da ponte localizada na divisa dos municípios que foi recuperada em parceria. O ato ocorre hoje e tem início previsto para as 15h30min.

• Para o vereador Nilson Lehmen (MDB), os municípios sentirão os impactos mais fortes referentes à pandemia do novo coronavírus nos próximos dois anos. Segundo ele, “os péssimos frutos da Covid serão colhidos logo ali na frente, especialmente em relação aos repasses do União e do Estado para os municípios”. O parlamentar destaca a necessidade de revisão do Pacto Federativo, fazendo com que mais recursos cheguem às prefeituras para atendimento das comunidades.