Infelizmente, Venâncio Aires não elegeu deputados, mais uma vez. A exemplo da última eleição, em 2018, Airton Artus (PDT) foi quem chegou mais perto, ficando com a primeira suplência do partido na Assembleia Legislativa. Enquanto no pleito passado faltaram apenas 199 votos para garantir uma cadeira, agora o ex-prefeito da Capital Nacional do Chimarrão viu a cadeira no Palácio Farroupilha escapar por 627 votos.

Artus fez 16.309 votos ‘em casa’, 3.001 a mais do que em 2018, quando as urnas locais lhe renderam 13.308 votos. Só que, além das fronteiras do município, sua votação sofreu uma queda de 3.090 votos: de 11.100, há quatro anos, para 8.010, agora. Ou seja, se tivesse mantido o desempenho nas demais cidades gaúchas, teria chegado com alguma tranquilidade à Assembleia. Uma pena, pois embora não tenha descartado 100% voltar a concorrer, a frustração estava estampado no seu semblante.

Giovane Wickert somou 13.650 votos e ficou com a segunda suplência do PSB. Do total, 7.933 foram obtidos em Venâncio Aires. Menos do que o candidato pensava em fazer, certamente, por já ter sido prefeito. Celso Krämer (Podemos) só não saiu mais frustrado do processo eleitoral que Airton Artus porque a ‘dor’ do pedetista é diferente: ficou no ‘quase’, enquanto Krämer, que circulou por mais de 300 municípios do estado, fez apenas 7.588 votos, 1.820 deles na Capital do Chimarrão. Foi o sexto suplente da sigla e não escondeu a insatisfação em razão da baixa votação.

Silvia Schirrmann (Podemos), única candidata a deputada federal por Venâncio Aires, obteve um total de 2.432 votos, a maior parte deles ‘em casa’: 2.151. Só 281 votos vieram de fora. Também teve a sua frustração, é óbvio, porque ninguém entra em eleição para perder, mas ela tinha consciência de que a sua ‘caminhada’ era a mais árdua de todas. Silvia talvez tenha se fortalecido para a disputa de uma vaga na Câmara de Vereadores em 2024.

A verdade é que todos nós, venâncio-airenses, saímos frustrados deste pleito. Os candidatos locais estavam muito confiantes, fizeram o seu trabalho e transmitiram esperança no sentido de que tínhamos chance de eleger um representante depois de quase três décadas. Mas não foi o que aconteceu e teremos que aguardar mais quatro anos para tentar de novo.

Muitos erros, e feios, de pesquisas

Encerramos esta edição da Folha do Mate quase às 2h desta segunda-feira, dia 3 de outubro. Na correria do domingo e em razão do adiantado da hora, não consegui me debruçar em materiais relativos às eleições estadual e nacional. Mas, como quase todo mundo, durante a semana pretendo ver alguma justificativa dos institutos de pesquisa que erraram, e muito feio, nas projeções para presidente, governador do Rio Grande do Sul e senador. Isso para ficar só nas eleições que mais nos interessavam.

Rapidinhas

• Vereadores de oposição continuam se queixando de não serem convidados para inaugurações de obras viabilizadas por meio de emendas parlamentares de deputados de seus partidos. O último a reclamar foi André Kaufmann (PTB), durante sessão do Poder Legislativo. Ele não especificou para qual solenidade não foi chamado. O prefeito Jarbas da Rosa (PDT) já me comentou, em outra ocasião, que avisa os deputados que contemplaram Venâncio Aires com emendas parlamentares e a presidência da Casa do Povo, extensivo aos demais vereadores.

• O presidente da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires, Benildo Soares (Republicanos), disse que não vai ‘deixar morrer’ três assuntos, em especial, no município: construção de um lago artificial, para garantir o abastecimento de água em épocas de estiagem; a implementação da Guarda Municipal Armada, pois, segundo ele, é um incremento para a área da segurança pública, que sofre com histórico de déficit de efetivo; e a volta do feriado de 11 de maio, dia do aniversário da Capital Nacional do Chimarrão. O último tema foi debatido em audiência pública na Casa do Povo, na sexta-feira, dia 30 de setembro, e Soares está convicto de que a grande maioria da população de Venâncio Aires é favorável à mudança do feriado.

• Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Messias Bolsonaro (PL) vão para o segundo turno na disputa pela presidência da República. No Rio Grande do Sul, o enfrentamento no dia 30 de outubro será entre Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB). Por muito pouco, Edegar Pretto (PT) não superou o tucano. Devemos ter dois embates muito acirrados. Esperamos que o nível, especialmente do pleito nacional, não seja tão baixo.