A sessão da Câmara de Vereadores de Venâncio Aires de segunda-feira, 22, foi marcada por um episódio inusitado. Três dos 15 vereadores abandonaram o Plenário Vicente Schuck enquanto o secretário de Educação, Émerson Eloi Henrique (PDT), utilizava a tribuna para atualizar os parlamentares sobre as situações das escolas municipais, especialmente a Escola José Duarte de Macedo, que passa por reforma completa, inclusive com intervenções na cozinha e refeitório.
André Kaufmann, Ezequiel Stahl e Diego Wolschick, todos do PTB e integrantes do bloco de oposição ao governo no Legislativo, deixaram o local antes do fim da explanação de Henrique. Kaufmann foi o primeiro a se irritar e sair do plenário, sem sequer externar um motivo. Na sequência, Stahl afirmou que a pauta estava indo para o campo do debate político, que não queria fazer parte daquele momento e foi embora. Por último, Wolschick afirmou que o secretário estaria agindo com “arrogância e prepotência” e também abandonou o Plenário Vicente Schuck.
Henrique negou ter adotado a postura alegada pelos vereadores. “Não fui arrogante nem prepotente. Trouxe fatos, fotos e dados”, declarou. O titular da Secretaria de Educação foi para o embate logo no início da sua participação, justificando que a atual Administração – liderada pelo prefeito Jarbas da Rosa (PDT) e pela vice Izaura Landim (MDB) – tem um plano de recuperação de escolas municipais, algo que, na opinião dele, ficou a desejar na gestão anterior, comandada por Giovane Wickert (PSB) e Celso Krämer (na época no PTB e, agora, no Podemos). “Não quis faltar com respeito com ninguém, mas as coisas precisam ser ditas”, encerrou ele.
Três sessões sem Comunicações
A sessão da Câmara de segunda-feira, 22, foi a terceira consecutiva sem a realização do período das Comunicações. A partir da abertura de espaço para participações na tribuna, vira e mexe os vereadores ficam sem utilizar os seus minutos para transmitir o trabalho à comunidade. Talvez esteja na hora de definir um ‘teto’ de tribunas livres por reunião, bem como cumprir à risca o tempo de 10 minutos para cada uma das participações, conforme é anunciado antes de as pessoas utilizarem o espaço cedido.
Restringir as sessões ordinárias à leitura do Expediente do Dia, Ordem do Dia (votações) e Tribuna Livre me parece temeroso. Vez ou outra, por tempo determinado, até que vai, mas tornar isso um lugar comum não é legal. A comunidade quer ouvir os pronunciamentos dos parlamentares, pois é neste momento que costumam fazer as suas prestações de contas e anúncios de reivindicações. Óbvio que há situações que demandam mais tempo ao participante, mas quando isso começa a acontecer com frequência fica escancara a estratégia, seja de um lado ou de outro.
Rapidinhas
• Celso Krämer e Silvia Schirrmann, ambos do Podemos e candidatos a deputado estadual e federal, respectivamente, lançam oficialmente as suas campanhas na noite desta sexta-feira, 26, em Venâncio Aires. O evento será realizado na Sede dos Motoristas, na RSC-287, a partir das 19h30min.
• Elígio Weschenfelder, o Muchila (PSB), acusou o secretário de Educação, Émerson Eloi Henrique (PDT), de perseguição, por ele ter, supostamente, determinado o envio de um ofício informando que o socialista não poderia mais fazer parte do Conselho do Fundeb. O secretário negou e, na sequência, a também vereadora Ana Cláudia do Amaral Teixeira (PDT) comentou que também foi oficiada para deixar os conselhos dos quais fazia parte, justamente por conta do mandato na Câmara. “Então estão me perseguindo também”, ironizou ela, que é da base governista.
• Líder de governo no Legislativo, Gerson Ruppenthal (PDT) não deixou por menos e provocou os colegas petebistas que abandonaram a sessão de segunda-feira, 22. “Que poder, hein secretário? Estou no meu segundo mandato e nunca tinha presenciado vereadores abandonarem a sessão em razão do conhecimento de uma pessoa”, disse, em referência a Émerson Eloi Henrique.
• Ainda sobre a passagem do secretário de Educação pelo Legislativo: Émerson Eloi Henrique revelou que, durante viagem a Brasília, na semana passada, oficializou à Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC) a intenção do Município assumir a Escola Mariante, a partir do repasse da área e estrutura física. De acordo com o titular da pasta, se a CNEC aceitar, a Prefeitura toma a frente e, inclusive, providencia as obras necessárias nos prédios da instituição de ensino. No entanto, a entidade não estaria disposta a se desfazer da área do educandário.