Na terça-feira, 8, Dia da Mulher, a 24ª Região Tradicionalista (RT) realizou o Encontro Regional de Patrões, no CTG Tropilha Farrapa, em Lajeado. Na noite, o departamento Artístico-Cultural, que atualmente é comandado por um grupo de mulheres, liderado por Luce Carmen da Rosa Mayer, proporcionou um bate-papo, com Ana Paula Vieira Labres, sobre a ‘Importância da mulher no tradicionalismo gaúcho’.
Ana Paula que foi 3ª Prenda do Rio Grande do Sul – gestão 2005/6, desde lá segue pelos Caminhos da Tradição Gaúcha a emprestar seus conhecimentos a outros jovens e à sociedade tradicionalista.Jornalista formada, Ana Paula é natural de Tapes, atualmente reside em Lajeado, onde também exerce sua vida profissional.
Um resgate sobre a importância da data alusivo ao Dia Internacional da Mulher, destaque àquelas que se engajaram no Movimento Tradicionalista Gaúcho, a começar pela 24ª RT, quando foi relembrada Juliana Fontana – primeira mulher a ser patroa da 24ª RT, segundo a palestrante, sendo ela, uma das fundadoras do Grupo de Artes Nativas (GAN) Anita Garibaldi, onde hoje, ‘As Anitas’, estão à frente da entidade.Segundo Ana Paula, foi um momento muito especial, com entrega de mimos às participantes. Cerca de 50 mulheres prestigiaram o evento.
Ela destaca que procurou abranger desde o início, o porque se comemora o Dia Internacional da Mulher, contextualizando que em 8 de março de 1857, em Nova Iorque, as mulheres empregadas em fábricas de tecido têxtil foram às ruas reivindicar por melhores condições de trabalhos e salário; redução da carga horária de 16horas por 10 horas diárias e equiparação de salários com os homens. “As mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem”, destaca.
Ao longo dos tempos cita mulheres gaúchas, de fibra, como a Marquesa de Alegrete – Dona Francisca de Noronha (uma heroína da 3ª Região Militar). Outras tantas, são destacadas, como por exemplo, Ana Maria de Jesus (Anita Garibaldi); Caetana, esposa de Bento Gonçalves; Maria Josefa da Fontoura Palmiro, que promovia reuniões em sua casa, em apoio a Bento Gonçalves e aos Farrapos.
Na sequência, a palestrante entra em 1949, com o nascimento do ’35 CTG’, quando surgem as figuras das irmãs Marília e Ludemilla Zarrans, que representaram a mulher gaúcha na recepção a Miss Distrito Federal, Marina Cunha. Elas foram consideradas as Primeiras Prendas do CTG. Destacando-se que o início do Movimento Organizado e a criação da entidade tradicionalista foi somente com a participação dos homens.
O Movimento Tradicionalista começa ganhar a força feminina, efetivamente, a partir de 1966, com a eleição de Lílian Argentina Braga Marques que foi eleita a primeira mulher Conselheira do MTG. Atualmente, elas estão nos mais diversos departamentos, como patroas, coordenadoras regionais e juntas continuam a deixar seus legados às futuras gerações.
Segundo Ana Paula, foi somente em junho de 2006, que pela primeira vez, uma mulher assume a presidência da Estância da Poesia Crioula, sendo a professora e poetisa Nilda Beatriz de Castro. à frente do ’35 CTG’, Márcia Borges da Silva, foi eleita, em 2011, a primeira lider feminina à frente da entidade. Também em 2011, o CTG Província de São Pedro, de Tapes (fundado em 1956), teve pela primeira vez uma mulher à frente das atividades da entidade. De acordo com Ana Paula, ela deixou seu nome marcado na história. Era Neila Beatriz da Silva Ferraz Costa, de 45 anos.
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