Por: Rogério Bastos Vivemos na era da informação imediata. Um clique, e o mundo sabe o que pensamos. Essas facilidades nos fazem refletir o quanto temos de possibilidades de fazer as coisas acontecerem em um tempo muito menor que nossos antepassados. Cezimbra Jacques e Simões Lopes Neto contavam com escassos meios de comunicação para a difusão de seus propósitos. Cada um, porém, fez o que pode. Simões pôs-se a pesquisar o folclore, a sabedoria espontânea da sociedade e reuniu centenas de quadrinhas populares em seu “Cancioneiro Guasca”. Depois projetou a cultura folclórica através das “Lendas do Sul”, dos “Contos Gauchescos” e dos “Casos do Romualdo”. Mas havia um problema, que hoje não enfrentamos: a maioria das pessoas não eram letradas, entre outros fatores. Simões chegaria ao fim da vida como um modesto escritor, desconhecido além dos limites de Pelotas. Hoje nosso grande problema é que sabemos ler, isso mesmo, mas não gostamos muito. Simões Lopes ganhou notoriedade “post mortem”, com grande influencia na construção da identidade do povo gaúcho e do folclore de nosso estado. Simões Lopes Neto publicou apenas quatro livros em sua vida:Cancioneiro Guasca (1910)Contos Gauchescos (1912)Lendas do Sul (1913)Casos do Romualdo (1914)Obras inéditas: Ao lançar a primeira edição de “Lendas do Sul”, seu autor anunciou que estavam por sair “Casos do Romualdo”, que viria a ser lançado em 1914, e “Terra Gaúcha” e a existência das obras inéditas “Peona e Dona”, “Jango Jorge”, “Prata do Taió” e “Palavras Viajantes”. Mas dessas obras só foram encontradas por Dona Velha, como era conhecida a viúva do escritor, o que seria o segundo volume de “Terra Gaúcha”.Dos demais, nada se encontrou, levando a crer que, ao se referir a inéditos, Simões Lopes Neto tinha em mente obras que ainda planejava escrever. Terra Gaúcha, embora incompleta, foi publicada pela Editora Sulina, de Porto Alegre, em 1955.
Outras fontes de pesquisas:
1865: João Simões Lopes Neto nasce em Pelotas, Rio Grande do Sul, a 9 de março.
1878: Vai para o Rio de Janeiro estudar no Colégio Abílio. Após o curso preparatório, matricula-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, que abandona no terceiro ano, por motivo de doença.
1892: Casa-se com dona Francisca Meireles.
1894: Estréia da peça O boato.
1895: Assina a seção intitulada “Balas de estalo” no Diário Popular de Pelotas.
1896: é encenada a opereta Os bacharéis, o maior sucesso de Simões Lopes Neto como autor teatral.
1910: Publica seu primeiro livro, o Cancioneiro guasca.
1912: Publica Contos Gauchescos.
1913: Publica Lendas do Sul.
1914: Assume a direção de O Correio Mercantil, jornal de Pelotas.
1915: Em novembro desse ano retoma o cargo de redator em A Opinião Pública.
1916: Morre em Pelotas, a 14 de junho.