Escolher uma foto para a capa do post? Impossível. Por isso, é dela – a nossa bandeira que, imponente a todos saudou, como a agradecer gaúchas e gaúchos na última terça-feira, 20 de setembro, pela homenagem a 11 etnias, neste desfile temático. Desfile que entra para a história da Capital Nacional do Chimarrão, com tanta dedicação e aprendizado. Tudo feito a muitas mãos, porém mérito das nossas entidade venancio-airenses.
Foram elas as responsáveis pelo espetáculo de resgate e reverências às etnias, conforme sorteio do tema. E quem ganhou com o desfile? Todos os tradicionalistas e, principalmente, a comunidade – após dois anos sem o nosso tradicional desfile. Foi de encher os olhos e aquecer os corações.
Estive junto, colaborando na organização do desfile, e posso afirmar que o trabalho de todos agregou conhecimentos, além de reconhecer àqueles que nos legaram páginas de história.
A organização do desfile esteve a cargo da Administração Municipal, por meio da Secretaria de Cultura e Esporte e foi liderada pelo presidente da comissão, Sandro Kroth.
Num só lugar
Assim como a música-temas dos Festejos Farroupilhas ‘Num só lugar’, as entidades subiram a Osvaldo Aranha, tendo à frente as bandeiras do Brasil, Rio Grande do Sul, Venâncio Aires, 24ª Região Tradicionalista e Associação Tradicionalista Venâncio-Airense, e a Chama Crioula, conduzida pelo Patrono, padre Aldo José da Silveira, amadrinhadores, autoridades municipais e tradicionalistas
Crianças e jovens foram destaque, acompanhados pelos departamentos artísticos, culturais, campeiros e de cavalgadas, com os cavaleiros – entrelaçados neste desfile temático.
Etnias
Assírios: Centro de Tradição Gaúcha (CTG) Chaleira Preta (patroa Cátia Carvalho) – a entidade trouxe um pouco da história de um povo Mesopotâmico que formou o maior império na região a partir da organização e violência dos seus exércitos profissionalizados. A partir de 1300 AC, os assírios iniciaram um processo de conquista que foi responsável por transformá-los em um poderoso império consolidado graças a força do seu exército. Construída uma sociedade extremamente militarizada e governada por uma aristrocacia militarizada, o exército assírio foi o primeiro exército profissional da humanidade, sendo os seus guerreiros contratados e pagos exclusivamente para se aperfeiçoarem para a guerra.
Egípcios: Centro de Tradição Gaúcha (CTG) Erva-Mate (patroa Estela Ferreira) – a entidade contextualizou um pouco da rica história de um povo de suma importância para a evolução da humanidade. Destacando-se entre suas contribuições as artes, a escrita, os avanços tecnológicos, literatura, arquitetura, religião e até na ciência. Inclusive, relembrando os direitos da mulher, que no Egito Antigo já usufruiam de prestígio que nem uma outra civilização possuía.
Árabes: Grupo Folclório (GF) Essência da Tradição (patrão Valentim Galarsa). O grupo ressalta a riqueza e a diversidade das Etnias que ajudaram a formar o nosso Rio Grande do Sul. Destacando-se entre estas contribuições – nas Indumentárias e pilcha dos Peões – a riqueza de seus tecidos. Além disso, enfatizando o comércio realizado pelos Mascates e também as contribuições na culinária e suas especiarias.
Indígenas: Centro de Pesquisas Folclórica (CPF) Terra de Um Povo (patrão Marcos Garim).Com a presença de uma família indígena, a entidade relembrou – um dos legados deixados pelos indígenas, neste município, e por consequência – a etnia que conforme o Instituto de Pesquisa Geral e Estatística (IBGE), existem cerca de 305 etnias que pronunciam mais de 270 idiomas.
Açorianos: Piquete Cavaleiros da Estrada (patrão Fernando Cassuli). A entidade contou um pouco da riquíssima história dos primeiros imigrantes que vieram de Portugal, suas tradições e culturas para que sejam sempre lembradas e valorizadas por nossa população. E com muito orgulho, apresentou parte desta desta história legada ao Município de Venâncio Aires, por meio do Grupo Açorianos da Associação Amigos do Cemuc (AACemuc).
Afrodescendentes: Piquete Sinuelo do Pago (patroa Bruna Pittol). A entidade prestou sua homenagem À Associação Négo Foot Ball Club – Acadêmicos do Samba, relembrando a sua história construída na Capital do Chimarrão e a preservação da cultura em nosso município, através das novas gerações e sua diretoria.
Alemães: Piquete Sinuelo de Tropa (patrão Amaro Dilmar Santiago). Por meio do Grupo de Danças Die Schwalben, a entidade homenageou a etnia que há 197 anos, chegava ao Brasil e logo se espalhou pelo Rio Grande do Sul, e em nosso município o legado entrou para nossa história. A contribuição germânica foi essencial para a diversificação da produção agropecuária brasileira e no impulso industrial do país, além de toda contribuição fornecida para a construção étnica e cultural da população brasileira.
Italianos: Centro de Tradição Gaúcha (CTG) Pousada do Capão (patrão José Vargas). A homenagem da entidade aos italianos foi representada pela família Giovanaz, com a presença de Hilda Ana Betti Giovanaz, a filha Cleiva Giovanaz Heck, (o pai Aventino Giovanaz, in memoriam), além de integrantes da entidade caracterizados com vestimentas italianas.
Poloneses: Piquete Parceria Campeira (patrão Fernando Vieira) – o Piquete pprestou sua homenagem à etnia, relembrando o venâncio-airense Albino Walawosky, in memoriam, e a presença da filha Losane Walawosky. No contexto foi relembrada trajetória do descendente de poloneses que construiu sua vida, na cidade vindo do interior e teve relevante participação em muitos momentos socioculturais e de empreendedorismo no Município.
Japoneses: Centro de Tradição Gaúcha (CTG) Lenço Branco (patrão Jonas Heinen) – A entidade contou um pouco da história japonesa no Rio Grande do Sul que teve seu início no ano de 195. Como convidado especial, o senhor Mitsuo Okajima, natural de Furano, Hokkaido, norte do Japão. Mitsuo que chegou em 1958. Mitsuo é casado com Eliezer Dias Martins dos Santos Okajima, de nacionalidade Brasileira, que vem representou a mulher japonesa.
Chineses: Piquete Regalo Campeiro (patrão Jonathan Funari) – O piquete relembrou a etnia civilização milenar que acumula mais de quatro mil anos de História, relembrando as grandes contribuições especialmente nas terapias alternativas e artes marciais. Para tanto, a entidade trouxe uma representação da Academia Alliance que surgiu em Venâncio Aires no ano de 1993.