Se da Chama que carregaste
uma fagulha permanecer,
no camperear da tua existência
ao corcovear do pingo
ajeitarás os arreios.
No estribo se firmarás,
nem rebenque vais precisar.
Dá de quebra no chapéu,
soprando ao vento teu pala
ao destino irás chegar.
(Beatriz -20/9/2015)
Passaram-se 36 dias, desde a distribuição da Chama Crioula para os quatro cantos do Rio Grande do Sul. Com os candeeiros em punho, muitos quilômetros foram percorridos por cavalarianos que, orgulhosamente, carregaram o símbolo dos gaúchos. E que neste 20 de setembro foi extinto deixando saudade. Em nome de um sentimento, não traduzido em palavras, os olhos brilham diante da luz, a voz embarga no discurso, e o peito estufa ao cantar o Hino, diante da centelha.
Sentimento que vem acompanhado de comemorações, celebrações, culto à tradição que lhes foi legado por gerações, das quais muitos nomes nem constam na história. De outros tantos, de séculos longíquos ou mais recente, há versos e prosa que trazem à lembrança os feitos e fatos, força motivadora para que se comemore a Semana Farroupilha. Se de um lado, na história há motivos de sobra para o orgulho gaúcho, de outro há dor no recôndito de muitas almas, dissimadas em lutas por seus ideais, ignorâncias e soberba.
Nas páginas da história há luz que indicam caminhos com exemplos a serem seguidos. Ao mesmo tempo, registram-se momentos de perplexidade. O passado, dizem os poetas, não podemos mudar, mas do presente temos as rédeas. às novas gerações queremos um país melhor. E na tradição gaúcha, também definem-se “rumos”, que preservam o passado, mas com a consciência de vida em movimento. Mostrar-lhes que é preciso manter-se em constante aperfeiçoamento é um dever, dar-lhes condições de viver em sintonia, em meio à diversidade de ideias, é mais que obrigação – é uma questão de honra.
Que da centelha seja mantida, a luz que existe na alma dos gaúchos, e os autênticos valores cívicos e morais de unidade entre nossos Centros de Tradições Gaúchas e o movimento organizado.