Foto: Beatriz Colombelli / Folha do MateO simbolo fala por si só
Da roça aos centros urbanos, da arte à literatura, gaúchas e gaúchos (…) “assim caminham no tempo”

O tempo todo, ou o todo no tempo presente. Ouvi-lo no finalzinho de sua apresentação foi muito gratificante. Luiz Coronel, o patrono da Feira do Livro de Venâncio Aires, encantou com suas poesias, causos e riso fácil. Fez agrados, distribuiu autográfos e posou para ‘retratos’ que ficarão na história dos ‘Gaúchos e sua cultura’, tema da 16ª edição da Feira, da Capital do Chimarrão.

Embora a diversidade literária que ocupa os espaços dos livros, e este é o objetivo de uma feira de livros, há um conjunto de valores que se agregam à esta edição, que não é por acaso tem como slogan ‘Resgatando a culura através da literatura’, de autoria da 1ª Prenda da Associação Tradicionalista Venâncio-Airense (ATVA), gestão 2014/15, Letícia Schmacktenberg. Ela que destaca Glaucus Saraíva em sua entrevista para Revista da Feira, produzida pela Folha do Mate “(…)tradição é tudo aquilo que do passado não morreu”, resume o compromisso dos organizadores, a cada ano, em ir ao encontro da inovação sem perder as raízes que sustentam a literatura Sul-rio-grandense. Especialmente sob o olhar de ícones que construiram a identidade social e cultural de sua gente.

Da Capital do Chimarrão à “A Capital da Leitura”, entre um desfile cívico no dia da Pátria um tanto acanhado, neste ano, por conta da crise econômica, ao desfile da Semana Farroupilha, no dia 20, os gaúchos e gaúchas não esmorecem. O envolvimento dos organizadores: Sesc, unidade Venâncio Aires; Folha do Mate, com sua bandeira no ‘Ano da Cultura’; Prefeitura de Venãncio Aires e Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), refletem o trabalho feito a muitas mãos, pensando em uma memória rica de influências.

Por fim – rimas e movimentos, dão vida e voz à Feira, que reúne em suas páginas muitas notas musicais, transformadas em palavras e palavras que ‘juntinhas’ expressam a emoção e o orgulho de pertencimento. Ela também é alimentada por sabores gastronômicos, viajando pela imaginação infantil, brincando com a infância de outrora, ao mesmo tempo que pode transformar sonho em realidade por meio do ‘Mateando literário’. Nas histórias contadas, nos bate-papos e tantos outros momentos que vão permitir reencontros, abraços e acima de tudo – respeitos às individualidades – unificação de esforços. Tudo em um só lugar. Almas gaúchas a se desafiarem na construção sociocultural de novas gerações por meio de exemplos reais em prol da construção de um Rio Grande que precisa rever seus conceitos aqui e agora.