Pois é, nesta hora tu estás a sorver o teu mate – no plano maior!
Mas por aqui, a gente ainda vai ter que se acostumar com a tua ausência física. Mas dizem que só sente saudade quem ama. E tu fostes muito amado. As homenagens chegaram pra ti, em vida. Isso é gratificante.
Eu poderia escrever um montão de palavras – mas estas sempre tive a oportunidade de dizer-te, como no Dia do Churrasco e Chimarrão – meu primeiro abraço (como tu disseste), mas nosso último abraço. Que coisa, Pedrão!
Mas recebas, esta singela homenagem, nas palavras de uma menina que contigo também aprendeu a matear!
POR ELISA FERREIRA
É 30 de maio!
Uma cuia, uma bomba, água quente, e um chimarrão em 11 segundos.
Coisa do Pedrão!
Apaixonado pela cultura, o gaúcho que levou Venâncio Aires e o chimarrão na mão, por esse mundão. Hoje o fundo é preto.
Hoje, o chimarrão não vai ser sorvido pelas suas mãos, pois o gaúcho que ensinou milhares de pessoa a fazer se despediu.
Sem avisar, sem deixar um mate pronto ou um recado.
Na ânsia de correr estâncias o tempo passa, o relógio fica apressado, o chimarrão nem bem apreciado muitas vezes, pra dar conta do recado.
Mas em uma terça-feira vem a vida e nos surpreende.
Uma notícia que pega Venâncio Aires e o Rio Grande do Sul desprevenido: o teu adeus à Querência e aos mates aqui na terra.
O Embaixador da Escola do Chimarrão, que levou seus ensinamentos a todas as gerações hoje, à tardinha [ontem] foi matear no céu.
Que Deus te receba com um mate bem cevado, de erva pura e serena!
Com o mesmo sorriso largo, que tu sempre nos recebia!