A cada novo ano a Tradição Gaúcha se renova, se fortalece e aponta novos rumos, a partir de seus novos comandantes. Nos meses de dezembro e janeiro, especialmente, é quando ocorre as eleições em âmbito regional, para coordenadores, e suas posses no Congresso Tradicionalista.
Mas, em muitos Centros de Tradições Gaúchas, o início do ano é também de mudanças em suas patronagens. E, no CTG Alexandre Pato, de Lagoa Vermelha, um feito importante acorreu neste dia 4 de janeiro. A entidade ganha sua primeira patroa. Marília Dornelles, que já exercia o cargo de vice-patroa, ao lado de Dirceu Rosa assume a liderança da entidade. Ao seu lado, nesta gestão estará o vice Marcos ávila.O CTG Alexandre Pato foi fundado no dia 30 de Setembro de 1953.
Marilia Dornelles, professora, que completará 54 anos, no dia 1º de fevereiro, já foi vice-presidente de Cultura do Movimento Tradicionalista Gaúcho, gestão 2008/09. Sempre atuante no movimento tradicionalista, a partir de agora ela terá mais uma vez, seu nome entre as mulheres gaúchas que se destacam em prol da Cultura do Rio Grande do Sul, como pioneiras em suas entidades. Ela foi eleita por aclamação
Enquanto vice-presidente de cultura do MTG, Marilia escreveu um belo artigo, no Jornal Eco da Tradição (edição, janeiro, 2008) que transcrevo, na íntegra.
“Quanto mais trabalhamos mais temos que trabalhar. Assim vislumbramos nossas atividades.” é impressionante como observamos o desconhecimento das pessoas e dos jovens que se dizem entendidos sobre o “tal de MTG.” Se conversarmos com a juventude, patrões de entidades e, até mesmo, com as pessoas mais chegadas, percebemos o total desconhecimento que existe sobre a história, os objetivos e a principal função da federação para com seus filiados. Todos sabem que o MTG proíbe, tem regras, faz leis. No entanto, não são todos que conhecem as finalidades, por qual motivo existem e em que estão fundamentadas. Este desconhecimento gera críticas, desestruturação e prejudica a preservação do Movimento.O MTG, através do Departamento de Cursos, busca incansavelmente sanar os problemas desta ordem. Porém, somos pequenos diante do grande número de adeptos e filiados. A informação não consegue chegar a todas as bases necessárias e fomentar de forma positiva a conscientização do SER TRADICIONALISTA.Baseados na falta de informação, muitos percebem contrários. Também sentimos a barreira humana daqueles que detêm certo poder e têm medo de perder. Assim, criam leis, fazem leituras e expressões diferentes do Movimento. Por isso, além dos cursos promovidos, precisamos encontrar outro caminho para levar as informações às entidades, que realmente desenvolvem o trabalho braçal.Uma das iniciativas oferecidas às entidades de forma gratuita é o curso MTG Vai ao CTG. Contudo, ainda estamos longe de alcançarmos os números desejados, indo ao encontro de todos os filiados da federação.A preocupação é grande. Necessitamos ter em mente novas estratégias para chegarmos até estes tradicionalistas, principalmente os jovens, que têm a função de levar adiante o trabalho de preservação da nossa história, cultura e raízes. Precisamos buscar ações que reflitam a importância do MTG e não as proibições da federação, que hoje são mais lembradas que seus objetivos. O Movimento deve ser preservado sobre todos os aspectos. Afinal, nós passaremos e ele ficará pautado nos valores de ética, bom senso, preservação da cultura e da história, valores de igualdade, fraternidade e liberdade, da palavra dada, do fio de bigode. Enfim, dos valores que estão acima do nosso simples “eu”.