Da teoria à prática eles foram, também, para a sala de aula, a fim de comprovarem os ensinamentos para obterem a certificação. Assim foi a rotina para cerca de 120 tradicionalistas, no sábado e domingo, 23 e 24, participantes do curso de formação em Danças Tradicionais e de Salão, promovido pelo departamento de cursos do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG). As atividades ocorreram no Parque Municipal do Chimarrão e escola Alfredo Scherer, em Venâncio Aires.
O curso, com base no Manual de Danças Gaúchas, destinou-se a instrutores que já atuam nas modalidades e também àqueles que pretendem se iniciar na função. Segundo um dos palestrantes e integrante do grupo de avaliadores de concursos de danças do MTG, Hélio Ferreira, com cerca de quatro décadas de experiência no tradicionalismo, destaca que “para o movimento é uma maneira de organizar e ter um certo controle sobre a atividade.”
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Ao seu lado, Beloni Bastos da Silva, que também acumula a experiência, desde a época do movimento chamado “Mobral’, os instrutores de danças, em eventos oficiais do Movimento, devem portar a carteira emitida pelo MTG. “O curso tem por objetivo levar estes instrutores a falarem a mesma linguagem”, acrescenta. Ele que junto com mais oito escritores relançaram o Manual de Danças, em 2002, escrito por João Carlos Dávila Paixão Côrtes e Barbosa Lessa, em 1956, destaca que a base das danças está lá, mas, “sempre precisa se fazer alguma correção”, afirma.
InstrutoresEmbora a função não seja reconhecida como profissão, os instrutores, também chamados de professores, são os responsáveis por instruir invernadas artísticas, orientar para concursos artísticos, nas diversas faixas etárias, e também promoverem cursos de Danças Gaúchas de Salão. Dentre estes, que Hélio Ferreira não se arrisca a quantificar, a contratação é de responsabilidade dos patrões dos Centros de Tradições Gaúchas (CTG). “O que o MTG controla são as carteiras destes instrutores que precisam ser regularizadas a cada dois anos”, salienta.
Quanto à cobrança por horas-aula, não há regra. “O que determina é o mercado”, acrescenta Beloni. Ele destaca que, por exemplo, do Rio Grande do Sul há instrutores que trabalham no Mato Grosso, onde os valores podem chegar a R$ 3, 5 mil, por mês. Ele, ainda, acrescenta que existem os profissionais formados em Educação Física e àqueles com larga experiência. “Cada um busca sua valorização.”
Interiorização ficou a cargo da 24ª RT
A formação para os novos instrutores e a reciclagem para quem exerce as atividades, se dá anualmente, através do departamento de cursos do MTG, que neste ano é coordenado por Roberto Fischborn. A exemplo de outros cursos e eventos, o Movimento disponibiliza a realização às Regiões que se candidatam e oferecem a infraestrutura.
Na Capital do Chimarrão, como já ocorreu em anos anteriores, as atividades foram solicitadas pela coordenadoria da 24ª Região Tradicionalista (24ª RT) e teve de a participação de diversas RTs, como o casal Bruna Bonzanini e Lucas Nunes Zanche, de Palmeira das Missões (17ª RT), na modalidade danças tradicionais e Samuel Padilha de Três Coroas. Também, se iniciando na função, Larissa Tirelli Araújo, do CTG Chaleira Preta de Venâncio Aires. Participantes de Santa Catarina também aproveitaram a oportunidade oferecida neste ano.
Para os eventos artísticos oficiais do Movimento, os instrutores precisam estar certificados e com a carteira em dia”Hélio Ferreira – palestrante e integrante do grupo de avaliadores do MTG
Conteúdo exposto
O MTG, sua função e organização, regulamento geral e regulamento artístico – Palestrante: Manoelito Carlos SavarisNoções de indumentária – Palestrante: Odila Paese SavarisA história e conceituação da dança – Palestrante: Beloni BastosGestão de pessoas: relacionamento, postura ética – Palestrante: Marcelo VasconcelosDidática e processos de ensino aprendizagem, Danças Tradicionais gaúchas – Palestrante: Luciano Ricardo Fleck e Beloni BastosDanças Gaúchas de Salão: Madeline Zancanaro e JainerMartins
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