Em sua querência, rodeada por galpões, bem à moda do gaúcho rural, seu Waldemar Moraes, 60 anos, mais conhecido por ‘Nino Moraes, ao lado de sua prenda Maria de Lourdes Barbosa de Moraes, com quem divide seus dias há 35 anos, mateou com esta colunista e falou ao ‘Direto do Galpão’. Ele que está patrão do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Lenço Branco, desde 2012, apresentou a entidade. Seu Nino, já esteve à frente da patronagem em outra edição, bem como integrou todos os departamentos.
NO CERRO DOS BOISFoi em uma pequena cabana, de propriedade de Nestor Heinen, em Linha Cerro dos Bois, que tudo começou. No local, seis gaúchos se reuniram no ano de 1986, quando traçaram os primeiros passos para criar a entidade. Oficialmente, o registro se deu no dia 21 de janeiro de 1988. Pertencente à 24ª Região Tradicionalista (24ª RT), o Centro de Tradições também integra a Associação Tradicionalista Venâncio-Airense (ATVA).
PARTICULARIDADEA sede está localizada em uma área, particular, de aproximadamente quatro hectares pertencente a Clecio Bohn. Atualmente, 30 famílias integram o quadro social. No local, o galpão e a pista de laço acolhem os tradicionalistas da região e do estado, em um rodeio anual, no primeiro fim de semana de abril. Conforme o patrão, a manutenção da entidade é realizada pela patronagem. Inclusive com aluguel de gerador para a realização dos eventos campeiros. Já, para o fandango que também ocorre – anualmente – com formatura de curso de danças, a entidade realiza em outra comunidade.
REPRESENTANTES Entre 20 laçadores, que representam o Lenço Branco, nas competições compeiras, estão as prendas Camila e Cláudia Melchior; a categoria piá com Willian de Quadros; Vaqueano com Luiz Carlos Frietto; Capataz, é representado por Marcelo André Eichler e o próprio patrão, na sua categoria, e também como Veterano. Ainda rapaz, com Eduardo Machry, além das equipes (cinco homens). Com o objetivo de incentivar à participação dos representantes, a entidade auxilia com o valor da inscrição, fora do município, até três equipes, bem como, como custeia o transporte dos animais. O patrão destaca a união dos associados, que sempre estão prontos para colaborar. Da mesma forma, cita a eficiência do secretário dos rodeios, Nestor Heinen, na prestação de contas dos eventos. Hoje, os visitantes acampam com comodidade, praticamente não mais em barracas. Para isso é preciso se oferecer também o reforço na luz.
PROJETOHá 24 anos, o Dia da Integração é realizado na entidade, durante a Semana Farroupilha. O encontro consiste em receber alunos e professores de escolas da redondeza, quando são oferecidas palestras, oficinas, brincadeiras e o tradicional carreteiro aos visitantes. No dia, também, os alunos têm oportunidade de apresentar e interagir por meio de apresentações artísticas, com base na temática farroupilha, do Movimento Tradicionalista Gaúcho, organizadas dentro de seus currículos. Nos últimos três anos, ao evento foi agregado à participação da ATVA, com sua diretoria, prendas e peões de entidades e regionais. Neste ano, participaram, do encontro, dentro da PROGRAMAÇÃO farroupilha, as escolas Rui Ramos, de Campo Grande; Cristino Goulart e Dom Pedro I, de Cerro dos Bois; Regina Schauberger, de Rincão de Souza e Bento Gonçalves, de Estância São José.
MANTER A INICIATIVANo próximo ano, o patrão pretende levar palestras às escolas, antes da Semana Farroupilha, a fim de incentivar os alunos às tradições gaúchas, e à conscientização dos valores também ambientais. “A criança não esquece o que lhe é ensinado”, destaca. Como prova, conta que é muito compensador, ao término do Dia da Integração, encontrar todo o lixo no seu devido lugar, proporcionando à reciclagem, inclusive sendo possível de destinar as latinhas às escolas.
PIONEIROS E PATRONAGEM
Seis gaúchos foram os pioneiros na construção desta história que se consolida há quase três décadas: Roni Palhares, Hélio Dornelles, Volmir Palhares, Lindor da Silva e Waldemar de Moraes, foram os pioneiros.
Atual patronagem
– Patrão Waldemar Moraes
– Vice-patrão: Renato Melchior
– Agregado das Pilchas: Ernesto Sérgio Stahl e Orlando dos Santos
– Sota-capataz: Leni Treib da Silva e Juliana Santos
– Capataz campeiro: Marcelo André Heinen e Fernando Santos
– Departamento cultural: Jonas Heinen
Antigamente se levava liquinho [lanterna] de casa. Agora, cheguei a pousar três noites no local para garantir a luz aos visitantes” Waldemar Moraes – patrão