Luan Silva segue o legado do pai

Um dos laçadores que estará na pista de laço, durante a 26ª Festa campeira, do Centro de Tradição Gaúcha (CTG) Pousada do Capão, dias 26 e 27 de fevereiro, em Estância Mariante, será o Piá, Luan Vargas da Silva, 10 anos, integrante da entidade.

Luan, no último fim de semana, levou para sua galeria mais um troféu: campeão da modalidade ‘Laço Piá’, conquistado durante a 39ª Festa Campeira do CTG Chaleira Preta.

Estudante do 5º Ano, na Escola Bento Gonçalves, em Estância São José, Luan é filho de Leandro Felício da Silva (em memória) e, da professora, Luciana Vargas da Silva. O gauchinho herdou, do pai – que começou a laçar aos 12 anos e aos 24, foi patrão do CTG Pousada do Capão – o gosto e o incentivo desde ‘bebezito’. Também, do avô paterno Wilson da Silva, que foi patrão do CTG e, do avó materno, Adão Vargas (em memoriam) – que também foi patrão da entidade, o gosto pelo camperismo. De acordo com a mãe, embora, o pai não laçava era um apaixonado por carreiras e cavalos.

Honrando a memória do pai

A mãe conta que com 45 dias o ‘bebezito’ já foi colocado na ‘petiça”, junto com a irmã, Leonarda. Aos dois anos, participou da cavalgada em busca da Chama Crioula, de Santo Amaro a Venâncio, montado na petiça. “O pai improvisou uma proteção com borrachas, para protegê-lo”, destaca Luciana.

Com três anos, Luan recebeu o primeiro troféu, em Lajeado, na modalidade ‘Vaca Parada’. E aos quatro, correu a primeira vez em pista, no rodeio do CTG Querência da Mata, acompanhado do pai.

No dia 2 de janeiro de 2016, foi a última vez que pai e filho laçaram juntos. Pois, 20 dias depois, Leandro faleceu repentinamente. Segundo Luciana, de um ataque fulminante. “Faltava menos de um mês para o rodeio do Pousada, foi uma fase muito difícil”, relembra emocionada.

Luciana acrescenta que retornaram aos rodeios, meio ano depois, em Cruzeiro, quando pela primeira vez, o pequeno laçador entrou em pista sem o pai.  “Depois fomos tocando em frente. Ele gosta de laçar, fica muito feliz”, destaca.

“Todos me perguntavam se eu não tinha medo dele começar a laçar tão cedo. Sempre respondi que o pai dele, que era da lida, sabia o que estava fazendo. Então, o porquê de tão cedo [iniciar a laçar]? Parecia que ele [o pai] já sabia que precisava mostrar o caminho, que não iria estar junto. Inclusive, o cavalo gateado ‘Buenacho’ foi o pai que domou. Uma doma muito caprichada, parece que tudo foi predestinado.  Sempre digo que ele [o filho] não está sozinho”, afirma, Luciana.


 

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