
O desafio está lançado. Em tempos de ‘desapegos’, também se remexe em coisas que agregam sentimentos à nossa história de vida. As lembranças são eternas, mas há a materialização destas que enchem gavetas, baús, guarda-roupas e que podem dar lugar há outras histórias. é o ciclo da vida, com sua constante renovação. Por isso, vamos apresentar estes “recuerdos”, na coluna ‘Cultura Gaúcha, da Folha do Mate e também neste blog.
Como nada é por acaso, a primeira participação é da Artísta-educadora Fernanda Saldanha. Ela que foi 1ª Prenda da 24ª Região Tradicionalista (24ª RT), gestão 2003/04 e 2ª Prenda em 2005/06, postou nas redes sociais o ‘desapego’ de seus vestidos, o que motivou à iniciativa. Por sinal, o título destas histórias, que hoje se começa a registrar é de sua autoria. Muitas outras páginas, esperamos publicar, escritas pelos tradicionalistas, para integrar os Caminhos da Tradição Gaúcha. Conte a sua história, em até 15 linhas, com uma foto da época. Vale para botas, lenços, bombachas e outros pertences gauchescos que marcaram a sua trajetória e, hoje, outros jovens estão utilizando para manter o verdadeiro sentido da tradição gaúcha.Ou que fazem parte de seu acervo pessoal. “Tradição vem do latim tradere (traditio, traditions), que quer dizer trazer até, entregar. Em Direito, tradição significa entrega. Em um sentido mais amplo, tradição quer dizer o culto dos valores que os antepassados nos legaram, nos entregaram.” Quem sabe o próximo “recuerdo” poderá ser o seu?

Tantos eventos locais, regionais e estaduais. Dois prendados da 24ª RT. Ah, se estes vestidos falassem… Passariam horas e horas contando lindas histórias, momentos vividos entre amigos, momentos felizes e outros nem tanto. Esses vestidos carregam consigo a lembrança de sorrisos, lágrimas, abraços, saudades… Eles trazem muitas saudades e agora deixarão saudades também.Mas, com todo carinho que foram planejados por mim, costurados pelas mãos amáveis da Dona Cecília, e guardados por estes anos, não podem acabar sua jornada em um guarda-roupas. Não! Eles precisam correr o Rio Grande, vestindo prendas faceiras, arrastando o pé com moças fandangueiras!Então, é com uma dorzinha no coração, um aperto no peito, que me despeço deles, para que eles possam fazer parte de outras histórias também. Tenho um apego enorme por eles, pelos momentos que representam na minha vida, mas certamente trarão bons momentos para as novas companheiras! Espero vê-los “pelos caminhos da Tradição”… Fernanda SaldanhaArtística-educadora