A três meses das comemorações farroupilha, o Núcleo de Cultura (Nucva), entidade responsável pela Casa de Cultura – Museu de Venâncio Aires -, inaugura nesta segunda-feira, 5 de junho, a exposição com temática farroupilha: ‘Dez anos para um acordo farrapo’. O espaço que vai reunir materiais e história permanecerá aberto à visitação até o final de setembro.
Segundo o curador da Casa de Cultura, Henrique Ferrari Regert, o tema foi pensado em conjunto com o presidente da entidade, Volnei Alves Corrêa. Para Henrique, que é um apaixonado por história, cada detalhe da exposição foi, cuidadosamente, pesquisado e organizado para sintetizar o período que o povo gaúcho, durante a Semana Farroupilha, busca homenagear os heróis e seus legados. Henrique justifica que uma exposição tem o poder da visualização e, com isso, o visitante ressignifica ideias e desmistifica alguns conceitos. “Esta exposição tem por objetivo um novo olhar sobre a guerra dos Farrapos”, contextualiza.

PERÍODO E ESPAÇOS
O período mais longo da exposição, de acordo com o curador, tem por objetivo também oportunizar às escolas uma melhor organização para visitações com os alunos, bem como a comunidade em geral. Henrique julga importante destacar que o Museu está sempre de portas abertas à comunidade e paralela à exposição farroupilha, outras histórias estão sendo contadas, por meio de exposições e que o visitante poderá ter acesso.
Os materiais, utensílios e apetrechos que estarão em exposição, no espaço farroupilha, contando parte da história de uma guerra que durou dez anos (1835/1845), fazem parte do acervo do Nucva. Apenas alguns itens, como os brinquedos, especialmente, ‘os gadinhos de osso’, por exemplo, têm a colaboração de Arthur Ferreira, 1º Guri Farroupilha do CTG Chaleira Preta, material que o jovem guarda desde piazito.
O vestido de prenda, que irá compor a seção da Prenda e Peão, foi cedido por Cleiva Heck e remonta ao ano de 1979, quando a tradicionalista integrou o grupo Gafema do Centro de Tradição Gaúcha (CTG) Erva-Mate.
Henrique conta que o visitante vai encontrar, em cada espaço, um resgate daqueles dez anos de guerra, porém com um novo olhar. Inicia-se pela inocência da criança e seus brinquedos rústicos, mas que elas, embora “zeladas por suas mães”, vivenciaram um período marcante em suas vidas.
A seção que vai apresentar os apetrechos dos cavaleiros, com a riqueza das selas, e selins usados pelas mulheres, à época, revelam que a guerra foi encabeçada por grandes fazendeiros e estancieiros, inconformados com o preço dos impostos do charque, conforme contextualiza, o curador. Nas demais seções, a história traz para o presente, um passado de lutas que chega ao fim com o tratado da Paz de Ponche Verde, assinada em 1º de março de 1845, há 178 anos. No entanto, entre este passado desafiador, há um olhar para a arte musical, que passa por festivais nativistas às músicas gaúchas de raiz.

Horários de visitações
O horário de visitação será de segunda-feira à sexta das 9h às 11h30 e 13h30min às 16h30min. Em domingos e feriados, os horários serão divulgados pelas redes sociais. No entanto, Henrique divulga que os educandários podem agendar horários pelos telefones 3741-5713 ou Whatsapp (51) 99711-4512, em horários que melhor lhes convêm. Ele, salienta que grupos podem também agendar horários para sábados, domingos, ou à noite. “O museu está sempre de portas abertas à comunidade, pois esta é a razão do nosso trabalho”, acrescenta.
“A Casa de Cultura de Venâncio Aires possui um enorme acervo e de tempos em tempos, estamos trocando nossas exposições, assim o visitante, a cada ciclo, pode ver coisas novas; novas histórias e novos objetos antigos. Costumo dizer que um Museu sem visitantes é apenas um depósito de peças. Precisa-se de visitações para podermos contar a história, que é a finalidade de um espaço cultural.”
HENRIQUE FERRARI REGERT
Curador da Casa de Cultura de Venâncio Aires