Foto: Beatriz Colombelli / Folha do MatePrimeiro assinante da Folha do Mate, João Moacir fez questão de registrar o momento, na empresa
Primeiro assinante da Folha do Mate, João Moacir fez questão de registrar o momento, na empresa

Abrem-se as porteira para os festejos farroupilhas. Patronos escolhidos em âmbito estadual e municipal, candeeiros acesos, se aproxima a maior festa dos gaúchos, que se inicia oficialmente no dia 14 de setembro e tem seu ponto alto no dia 20, com os desfiles temáticos. Os quatro cantos do Rio Grande do Sul se preparam para celebrar a data farroupilha e relembrar seus líderes, bem como renovar as esperanças, a partir da luz que emana da Chama Crioula. Chama que foi multiplicada no sábado, 13, em Triunfo, para cerca de 800 homens de a cavalo, representando seus municípios e Regiões Tradicionalistas (RTs).

A exemplo de anos anteriores, a Semana Farroupilha de Venâncio Aires homenageia dois tradicionalistas que têm se destacado em prol da cultura rio-grandense, por hábitos, vivência e contribuição cultural. Os gaúchos João Moacir Laufer Ferreira e Edelmon Gomes de Oliveira foram os escolhidos pela Associação Tradicionalista Venâncio-Airense (ATVA) para serem os porta-vozes dos festejos e distribuírem seus conhecimentos, especialmente, às novas gerações. Hoje, nosso entrevistado é o advogado, professor, poeta e palestrante, João Moacir. Vamos acompanhar um pouco desta trajetória, do patrono, que vem lá das bandas de Barros Cassal e se tornou Cidadão Venâncio-Airense. 

Da poesia, incentivada por sua mãe, a trajetória se forjou

Das palestras, por ele, realizadas durante os Festejos Farroupilhas, João Moacir Laufer Ferreira, não se arrisca a enumerar. Entretanto, faz uma média: “São de oito a dez palestras, às vezes duas por dia, há cerca de 40 anos, pelos mais distantes rincões, inclusive em Piratini, onde foi instalada a primeira capital do estado”, destaca. Para chegar até aqui, o patrono relembra com carinho o incentivo da mãe Araci Laufer Ferreira dos Santos, (dona Nunes), que era professora primária e uma tradicionalista convicta, conta o filho. “Isto é importante destacar para que sirva de exemplo”, enfatiza. Das cerca de 12 poesias decoradas, especialmente, de Jaime Caetano Braum, João Moacir relembra que tudo começou aos 9 anos, na escola, incentivado por dona Nunes. Entre os anos de 1964 a 66, ele participou da invernada artística do Centro de Tradições Gaúchas (CTG), Rancho da Alegria, que pertencia ao Colégio Mauá, em Santa Cruz do Sul, onde estudou. Lá também integrou o grêmio estudantil. E depois disso, não parou mais.

Aos 69 anosDo seu extenso currículo profissional, o patrono, que nasceu em 20 de março de 1947, hoje colhe os louros da aposentadoria. Mas, seus dias são de lides intensas em prol das causas sociais e tradicionalistas. Além dos compromissos, na condição de patrono dos festejos, da Capital do Chimarrão, um está na ponta da língua: dia 14 de setembro, no colégio Marguit Kliemann, em Gramado Xavier. Embora, seus caminhos cortem estes pampas de sul a norte, João Moacir, salienta que nunca esquece suas origens, por aquelas bandas: Barros Cassal, Gramado Xavier e Boqueirão do Leão, incluindo a escola que sua mãe lecionou e outra que leva o nome do avô, assim como tantas outras que recebem seus ‘regalos’, em datas especiais.

Na Capital do Chimarrão fez moradaHoje, Cidadão Venâncio-Airense, aqui ele chegou em 1971. Construiu sua história familiar, profissional e escreveu muitas páginas em diversos segmentos. Como professor de Biologia e Ciências atuou por 30 anos e também foi diretor do Colégio Cônego Albino9 Juchen. Nas salas de aula da Unisc, em Santa Cruz do Sul, igualmente, seus conhecimentos foram levados por cerca de 20 anos. Na área política, também, deixou a sua contribuição como vereador. Com orgulho, destaca que foi o primeiro assinante da Folha do Mate. Ainda, por 22 anos manteve a coluna ‘Natureza – 1’. “Igualzito ao pai”Casado com Liane Puppe Ferreira, o casal tem três filhos: Thaís, Caroline e Fernando. Do filho, que também é integrante do CTG Erva-Mate, o patrono afirma que ele pegou gosto pela tradição gaúcha e está seguindo seus passos. Inclusive faz parte da patronagm da entidade.

Causas sociais e tradicionalistas“Ao longo desta vida ir em busca de fazer o bem sempre foi o meu ideal de vida”, acrescenta. Ele que foi governador do Rotary Internacional, e palestrante nas conferências do clube de serviço, além das fronteiras, continua envolvido na causa e já recebeu inúmeros títulos por conta desta benemerência, quer seja por ações concretas ou por meio de seus conhecimentos. “Tudo se entrelaça”, acrescenta. Em suas palestras, os brados de Bento Gonçalves da Silva e o escritor Simões Lopes Neto, ocupam espaço especial.

 Patrono em âmbito estadual, Zeno Dias Chaves, ao lado da 1ª Prenda do RS, Roberta Jacinto, acenderam os candeeiros, durante a distribuição da Chama Crioula em Triunfo. Patrono, em âmbito estadual, Zeno Dias Chaves (foto), no alto de seus 89 anos, acendeu a cada um dos candeeiros que foram em busca do fogo que mantém acesa as raízes da Tradição Gaúcha, ao lado da 1ª Prenda do RS, Roberto Jacinto, que por coincidência é da mesma região 18ª. Gerações que se entrelaçaram.

 

MEU ABRAçO VAI PARA

Prendas e peões que participaram da solenidade do Acendimento da Chama Crioula. Quem esteve por lá, no dia, viveu um momento de emoção. Além da organização e bela estrutura oferecida no Parque Camboatá, a homenagem ao Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), pelos 50 anos que se comemora neste ano, teve um significado ainda maior. Por meio do Departamento Jovem Central do MTG, Prendas e Peões representando as 30 RTs, na singela manifestação, marcaram presença e entoaram o Parabéns a Você Crioulo, com o acompanhamento de dois guris na gaita. Ainda, oito jovens com seus cavalos relembraram o ‘grupo dos oito’, pioneiros do movimento organizado, liderados em 1948, por Carlos D’Avila Paixão Côrtes.

Patrono, em âmbito estadual, Zeno Dias Chaves (foto), no alto de seus 89 anos, acendeu a cada um dos candeeiros que foram em busca do fogo que mantém acesa as raízes da Tradição Gaúcha, ao lado da 1ª Prenda do RS, Roberto Jacinto, que por coincidência é da mesma região 18ª. Gerações que se entrelaçaram.