
Uma volta à infância, reencontro com amigos, um bálsamo para a alma. E quando temos a oportunidade de unir trabalho, conhecimento e (re)lembranças, a satisfação se torna redobrada. Especialmente, em encontros que se faz uma viagem ao passado e se projeta o futuro, pelas mãos das crianças, motivadas pelas famiílias. Assim foi o sábado,30, no Parque do Chimarrão, durante a palestra e oficina promovida pelo Piá Farroupilha da 24ª RT, Arthur Ferreira.
As riquezes do nosso folclore, por meio da palestra ‘Brincando com o folclore’, foram apresentadas pela professora aposentada e escritora Neusa Bonna Secchi. Certamente, quem teve a oportunidade de ouví-la reativou as energias, e sentiu-se um pouco mais comprometido, diante de tantas alternativas para trazer à tona valores folclóricos deixados de lado, pelas novas gerações. Cantigas de ninar, dança de rodas, trava-lingua, brinquedos antigos, e muito mais, com base em suas pesquisas e práticas pedagógicas aplicadas há 25 anos, nas escolas por onde passou e às entidades tradicionalistas, a palestrante deu uma verdadeira aula aos pais, que muitas vezes repassam este compromisso às escolas e às coordenadoras culturais de entidades e região.

Para comprovar que o envolvimento com os brinquedos e brincadeiras, tem base na família – uma mesa farta de brinquedos antigos e reciclados, o Piazito Arthur expôs e demonstrou, naturalmente, o apego às peças. Algunas, ainda da infância da mãe Mariele Ferreira, outros emprestados do irmão – Guri Farroupilha – Gabriel. Histórias passadas de geração em geração. Tudo, trazidos à luz da sabedoria pela palestrante. Lamentamos, apenas, que mais pessoas não tiveram a oportunidade de participar. Especialmente, os professores. Uma vez que o folclore do Rio Grande do Sul, não é tradicionalismo – é um fato – no qual nossas raízes estão alicerçadas. E como tudo que emprega valor à nossa vida, precisa ser cultivado, independente dos avanços tecnológicos. Estes, são, plataformas que nos propiciam levar às novas gerações informações mais rápidas, de um tempo, que não volta mais, porém, que precisa ter o seu lugar na bagagem cultural.
Se não fizermos a nossa parte, vamos continuar ouvindo repórteres, na expointer, que não sabem diferenciar um boi de um touro, tampouco o que é uma ovelha. Não os culpo, pois são gerações de um século que precisa correr para conquistar o espaço profissional. Entretanto, às novas gerações, ainda podemos dar a nossa contribuição. Neste contexto, se insere os Centros de Tradições com seus departamentos culturais. Andar a cavalo, dançar, laçar, e todas as modalidades artísticas e culturais, no tradicionalismo formam a base que sustenta o gaúcho no movimento. Por outro lado, o folclore é a realidade regionalizada. Que bom, que ainda temos crianças e jovens, preocupados em resgatar um pouco destas doces lembranças de nossa infância, que o tempo por ser indelével, não afastará”
O Tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem, o Tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo, tempo tem (trava-lingua)
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