Localizada no coração de Londres, bem próxima do famoso Big Ben e Palácio de Buckingham a Abadia de Westminster é uma instituição religiosa imersa na história da Inglaterra. Este templo icônico remonta ao século X, retratando em cada detalhe da impressionante arquitetura gótica um pedacinho do passado britânico. Palco de coroações, funerais e casamentos da monarquia britânica, a Abadia de Westminster é um dos principais pontos turísticos de Londres. A sua ligação à família real remonta aos anos 1040 quando o rei Eduardo, o Confessor, instalou o palácio real nas margens do rio Tamisa, próximo de um pequeno mosteiro beneditino que foi mais tarde ampliado em homenagem ao apóstolo São Pedro. O templo ficou conhecido como “west minster”, ou catedral do oeste, para ser distinguida da Catedral de São Paulo (a “east minster”, ou catedral do leste).
Na última semana sob o céu cinzento e clima gelado típico de janeiro retornamos à famosa abadia para uma visita guiada. Se na primeira vez que visitei a Abadia de Westminster no início dos anos 90 podia-se entrar e sair livremente com entrada gratuita a todos, a realidade do século XXI é bem diferente com cobrança de ingresso e seguranças revistando a bolsa na entrada. A visita dura entre uma hora e meia a duas horas com a maioria dos recintos abertos ao público. Conhecida mundialmente pelas cerimônias pomposas de coração dos monarcas britânicos e funerais de Estado, a Abadia de Westminster está intrinsecamente ligada à realeza. Em setembro de 2022 o mundo todo assistiu com grande tristeza ao funeral da eterna rainha Elizabeth no interior da majestosa Abadia. Em 2023, a igreja se revestiu de alegria para coroar o rei Charles, 40º monarca a ser coroado na Abadia. Em 2010, uma multidão lotou as ruas adjacentes à Abadia para assistir ao casamento do príncipe William e princesa Kate.
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Os eventos da família real formam apenas uma pequena parte do acervo que a igreja vem colecionando, há séculos. Além de sua esplêndida arquitetura e de muita história, a Abadia de Westminster é recheada de lendas e mistérios. Acredita-se que sua construção foi baseada numa visão sobre-humana de São Pedro por volta do ano 615. Segunda a lenda, o santo teria aparecido a um jovem pescador de salmão do rio Tâmisa que teria ordenado a construção de um templo no local. Um fato interessante é que o nome oficial da Abadia é na verdade Igreja Colegiada de São Pedro em Westminster. De acordo com outra lenda, astrólogos da corte teriam previsto a morte do rei Henrique IV em Jerusalém. Para fugir à profecia, o rei jamais visitou a cidade. O monarca, no entanto, teve um mal súbito vindo a falecer em 1413 em um cômodo denominado Câmara de Jerusalém.
A nave principal da Abadia é emoldurada por estátuas de mármores e detalhes dourados com o altar rico de detalhes como pano de fundo. A Abadia é formada por várias capelas e centenas de túmulos de monarcas, poetas, cientistas e nomes ilustres da história britânica. Vale à pena passar um tempo na Casa do Capítulo, onde os monges faziam suas reuniões diárias com o abade para tomar decisões, ler e rezar. Em formato octogonal é simplesmente impressionante, com abóbadas sustentadas por oito arcos e decoradas por magníficos vitrais.
