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Majestosa Minsk. Desde a primeira vez que pisamos em solo bielorrusso em agosto de 2013 fiquei surpreendida com o país, especialmente a capital Minsk onde fixamos residência desde então. A capital da Bielorrússia é bem diferente das capitais de outros países que faziam parte da União Soviética. Minsk é majestosa e envolta por uma atmosfera vaporosa. Minsk exala grandeza ao longo de suas largas avenidas – que podem ser comparadas às famosas boulevards de Paris- e que percorrem a cidade em todos os sentidos, emolduradas por fachadas arquitetônicas antigas e palacetes imponentes.
De certa maneira as construções do centro de Minsk me fazem lembrar a arquitetura da Itália permeada pela grandiosidade romana. Aqui, no entanto, a grandeza romana é substituída pela ostentação russa, estampada em cada esquina da capital bielorrussa. Seja pela arquitetura stalinística de concreto cinza, linhas retas e janelas simétricas ou nas construções clássicas, Minsk foi moldada com base nos valores russos. Esta arquitetura monumental é regimentada pelo poder e vincula a ideia de prosperidade às construções imponentes. Aqui as colunas de concreto valem mais (muito mais!) que a expressão humana.
A exemplo das capitais vizinhas, Minsk foi totalmente destruída durante a 2ª Guerra Mundial e reconstruída mais tarde de maneira colossal durante o período em que fazia parte da União Soviética. Restam algumas poucas construções originais do século XIX no centro antigo e que vêm sendo restauradas nos últimos anos. A cidade inteira resplandece à noite quando as prodigiosas edificações recebem iluminação especial, criando um espetáculo fantástico e estrelado.
Turismo pouco explorado
Enquanto os três países bálticos que fazem fronteira com a Bielorrússia investem na indústria do turismo atrainda cada vez mais visitantes europeus e americanos, Minsk é uma capital pouco explorada pelos turistas, por diversas razões. Entre elas, a falta de investimento do governo bielorrusso no setor e dificuldade de entrada no país àqueles residentes na Europa com exigência de visto, pontuado por procedimentos burocráticos. O país vive sob um regime autoritário, sem liberdade de expressão, e onde o controle estatal ainda impera, como nos tempos de comunismo. Este sistema fechado acaba afastando os turistas. A cidade e sua população, no entanto, têm tanto a oferecer. E nada melhor do que caminhar pelos parques atravessando pequenos bairros para conhecer os mistérios de Minsk.
Entre blocos de apartamentos da era soviética vamos desbravando o subúrbio da capital. Por aqui não faltam testemunhas do regime comunista, desde a tipografia nas paredes até as lojas sem vitrines, com prateleiras repletas de quinquilharia e que ainda mantêm a mesma decoração esdrúxula de décadas passadas. Estes locais são uma amostra do cotidiano dos bielorrussos que continuam a viver, aparentemente felizes e satisfeitos, no tempo passado. à primeira vista as grandes construções de Minsk determinam o desenvolvimento do país e parecem ofuscar o passado turbulento. No entanto, os sinais e símbolos da era comunista permanecem intactos, por todo canto. E para mim, este é mais um motivo para explorar esta cultura interessante.
Minsk consegue amalgamar este paradigma histórico. De um lado janelas e fachadas adornadas com desenhos e esculturas da foice e martelo eternizam a ideologia comunista. Do outro, prédios envidraçados, modernos e exponentes transportam ao mundo atual. Minsk é assim, majestosa e intrigante. Minsk é limpa, arejada e sem aquele trânsito infernal geralmente associado às grandes capitais . é praticamente uma capital isenta de criminalidade (provavelmente devido ao regime ditador..). Além de oferecer segurança conta também com muitos parques e áreas arborizadas e que são muito bem usufruídos, principalmente no verão. é uma capital provinciana em seu modo de viver, culturalmente muito diferente do Brasil, mas plena de atrativos! E para os brasileiros interessados em desbravar o território, uma notícia alentadora! Em breve cidadãos originários das terras tupiniquins não precisarão mais de visto para entrar na Bielorrússia. Venha nos visitar, Minsk lhe aguarda!