O mês de julho foi recheado de emoção aqui do outro lado do oceano. Durante duas semanas, passamos momentos incríveis com a visita do meu irmão Ricardo Silberschlag, cunhada Cláudia e minhas adoráveis sobrinhas e afilhadas, Cecília e Beatriz. Já comentei aqui na coluna sobre a saudade que sinto estando longe. No mês que marcou 31 anos desde que deixei minha terrinha para me aventurar no Velho Continente, acolhemos um pedacinho da família brasileira aqui em Riga.

Durante algumas semanas, vivemos um ano inteiro, pois quando se mora longe os encontros esporádicos são momentos intensos, de carinho e interação triplicados. A convivência dos primos, que passam meses distantes uns dos outros, preenche a alma dos irmãos, há três décadas separados pelo Oceano Atlântico. São momentos de descobertas de novas paisagens, mas, acima de tudo, são momentos de renovação do amor da família.

Passeio pelo interior da Letônia, no Palácio de Rundale (Foto: Arquivo pessoal)

Enquanto no Sul do Brasil o sétimo mês do ano é marcado por temperaturas baixas e chuvas, aqui na Europa curtimos o verão. Durante duas semanas, passeamos pela região do Mar Báltico, curtindo o calorzinho manso norte-europeu. Nossa viagem foi de carro, saindo de Riga, onde moramos, até a Finlândia. Percorremos quase mil quilômetros, incluindo a travessia de navio entre Tallinn e Helsinque. Passeamos pela Letônia, Estônia e Finlândia, numa viagem formidável, que por vezes nos fez tornar ao tempo de infância, observando a convivência entre os primos, como fazíamos antigamente, nos domingos sagrados, tomando café da tarde na casa dos nossos avós, em Linha Sapé. No verão de 2025, no entanto, a convivência entre nossas familias acontece em terras europeias, batendo papo, dando risadas, brincando na praia de água gelada e degustando as iguarias típicas da região báltica.

Em Riga, aproveitamos os longos dias de verão para caminhar pelos inúmeros parques e andar sem rumo, explorando cada cantinho dessa cidade encantadora. Riga possui uma história riquíssima, uma mistura de cultura pagã, germânica e russa. No centro histórico, contemplamos os ícones da capital, como o palacete das Cabeças Negras, Castelo de Riga, Portão Sueco, Praça do Duomo, Igreja de São Pedro, conjunto arquitetônico Três Irmãos em estilos diferentes e que apresentam as três construções mais antigas de Riga, além de tantos outros lugares lindos.

Ricardo e Cláudia com as filhas Cecília e Beatriz, curtindo Riga (Foto: Arquivo pessoal)

Contemplamos a cidade por diversos ângulos. De barco, pelo canal de Riga, contornamos palacetes históricos no centro histórico até chegar no Rio Daugava, de onde curtimos a vista clássica da capital letã com o horizonte marcado por pequenas torres. Conhecemos alguns bairros de Riga usufruindo do transporte público da capital. Fomos de bondinho para o zoológico de Riga, no norte da cidade, assim como descobrimos os sabores da gastronomia letã no mercado público de Agenskalns, num passeio gostoso a bordo de um trenzinho urbano bem antigo. Durante os dias ensoralados de julho, degustamos as cervejas escuras, típicas da Letônia.

Passeando pelo bairro onde moramos, nos deslumbramos com a elegância da arquitetura Art Nouveau, abundante em Riga, com mais de 800 construções no estilo. As paradas para um cafezinho depois do passeio diário em alguma pracinha da cidade se transformavam em horas de confraternização em família, saboreando tortas e guloseimas letãs. Viajamos pelo interior do país para conhecer o Palácio de Rundale e o Castelo de Bauskaa. Durante duas semanas, vivemos momentos inesquecíveis, que ficarão pra sempre na lembrança. Na próxima semana, continuo o relato do nosso passeio na Estônia e Finlândia.

Primos reunidos no Norte da Europa (Foto: Arquivo pessoal)