Com território quatro vezes menor que o estado do Rio Grande do Sul, a Lituânia faz fronteira com a Polônia, Bielorrússia, Letônia e o território de Kaliningrado (pertencente à Rússia). Esta pequena nação no norte da Europa passa desapercebida no mapa mundial mas sua história é incrivelmente rica. Ao lado de outros dois países – Letônia e Estônia – a Lituânia completa o trio triunfante do mar Báltico.
A história deste território marcado por múltiplas ocupações remonta ao ano 1009 mas foi durante a Idade Média que a Lituânia tornou-se uma nação expressiva. Inicialmente um reino pagão – já comentei aqui na coluna que os lituanos foram a última nação europeia a se converter ao cristianismo – fundado no século XIII pelo rei Mindaugas (e único monarca que o país teve) criando assim o poderoso Grão-Ducado da Lituânia e a cidade de Vilnius. Foi no final do século XIV que a capital se transformou num centro medieval pujante cujo charme se mantém até os dias de hoje.
Atualmente Vilnius é a maior cidade do país, contando com pouco mais de 500 mil habitantes, seguida por Kaunas e Klaipeda. A capital atrai milhares de estudantes universitários de todo mundo além de ser um polo econômico para a indústria tecnológica e jovens empreendedores. Nos últimos anos a capital lituana vem atraindo grande número de empresas internacionais que encontram aqui vantagens fiscais e financeiras além do mercado de trabalho qualificado e abundante. Comparado a outros países europeus o salário médio aqui não é alto (1.300 euros – cerca de R$8.200) no entanto o custo de vida é significativamente mais baixo e oferece melhor qualidade de vida para aqueles que escolhem migrar pra cá. Vilnius é uma capital compacta, com jeito de cidade do interior, mas plena de eventos sociais e festivais que atraem grande número de visitantes, principalmente durante os meses mais quentes do ano. Devido à Covid e restrições impostas no último ano a programação cultural ficou reduzida.
Todavia, um dos eventos mais aguardados do ano, o Festival de Luzes, retornou às ruas e praças de Vilnius. No último fim de semana a capital se transformou numa bolha cintilante com 20 instalações refletindo raios de luz pela cidade. Artistas lituanos e de outros países criaram verdadeiras obras de arte pincelando de cor cada cantinho da capital, entre estruturas de cubos de alumínio arco-íris, paredes iluminadas usando tecnologia de ponta, difusão de objetos luminosos no céu e outros projetos incríveis. Em sua terceira edição, o festival geralmente acontece no inverno, durante os dias sombrios de janeiro. Neste ano, devido ao longo lockdown, de quase seis meses sem nenhum evento, o festival foi prorrogado para o verão. E, obviamente, a multidão correu às ruas nas noites da última sexta, sábado e domingo para contemplar o tão esperado evento.
O Festival de Luzes de Vilnius ressaltou temas variados entre eles, sociais. Um dos destaques ficou por conta da instalação Hypar Collective dos Países Baixos com cubos de alumínio iluminados, representando a sinergia entre tecnologias e natureza, ao mesmo tempo que piscavam as cores do arco-íris realçando o respeito e direito de escolhas de cada um. Um dos mais conhecidos criadores de arte da luz lituana, Vėjas Aliukas, cuja interminável obra de arte “Knot” esteve entre as instalações mais visitadas no ano passado, neste ano encantou a todos com uma complexa instalação “Conexão”, retratando a capacidade de se conectar, renovar e se adaptar a qualquer circunstância.
Campeonato Mundial de Futsal
Pela primeira vez na história do país a Lituânia sediará um evento esportivo da FIFA. Os lituanos irão também debutar com sua seleção de futsal durante o Mundial de Futsal. O evento acontece do dia 12 de setembro até 3 de outubro, com 24 seleções em busca do troféu, incluindo o Brasil. Os jogos do torneio se realizarão em arenas novas em três cidades-sede: Vilnius, Kaunas e Klaipeda. A equipe do Brasil está no grupo D ao lado do Panamá, Vietnã e República Tcheca com jogos iniciais na cidade portuária de Klaipeda. Estaremos lá torcendo pela nossa seleção!
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