Museu está localizado no bairro londrino de Kensington.
Museu está localizado no bairro londrino de Kensington.

“Quando um homem está cansado de Londres, ele está cansado da vida, porque há em Londres tudo que a vida pode proporcionar” (Samuel Johnson-1709-1784). A citação do ilustre escritor, poeta e lexicógrafo inglês, radicado em Londres, remonta ao século XVIII mas continua hoje em dia tão pontual e legítima quanto em meados de 1700. A capital britânica tem, sim, tudo o que você imaginar! Basta ter vontade e tempo para desvendar este baú de história e oportunidades. A qualquer momento podemos fazer um giro pelo mundo caminhando pelas ruas e bairros desta fascinante metrópole. Londres agrega raças, credos e culturas de cada canto do mundo. Londres é uma capital segura, multicultural e revestida de caráter. Londres atrai tudo e todos, desde os tempos dos romanos que a batizaram de Londinium. Londres tem muita história a contar! Com mais de 200 museus, a capital britânica esbanja maestria ao preservar seu passado, deixando assim um legado riquíssimo para aqueles que virão depois de nós. Muitos turistas não gostam de visitar museus e preferem os lugares famosos, os ícones que os influenciadores na mídia social postam. Quem vem para Londres e não visita pelo menos um museu está deixando de conhecer a essência britânica. A verdade é que em Londres encontram-se museus para todos os gostos. E o melhor de tudo, graças à legislação aprovada no Parlamento Britânico a maioria dos museus mais importantes tem entrada gratuita.

Exposição temporária da história de Chanel.

Nesta semana de volta à Inglaterra visitamos um desses museus londrinos com ingresso gratuito, o museu Victoria e Albert. O V&A é um museu que surpreende qualquer visitante. Considerado um dos maiores museus do mundo, o V&A está localizado em Kensington, bairro nobre londrino. Fundado em 1852, leva o nome da então rainha Victoria e o esposo, príncipe Albert e foi inaugurado pela monarca. Este é o maior museu de artes decorativas e design de Londres, com uma coleção permanente de mais de cinco milhões de objetos. Localizado no distrito dos museus, bem pertinho do museu da História Natural e museu das Ciências, o V&A se esparrama por 5,1 hectares com jardim interno ladeado pela construção clássica e vitoriana de três andares. Seu acervo gigante está distribuído em 145 galerias. Ao caminhar pelos longos corredores rapidamente voltamos no passado, recente e de outros tempos, maravilhados pela riqueza de cada exposição.

A coleção do museu Victoria e Albert cobre cinco mil anos da história da arte, desde os tempos antigos até os dias de hoje, com obras da Europa, América do Norte, Ásia e Norte da África. O acervo conta com artigos em cerâmica, têxteis, vestuário, vidro, prata, mármore, ferragens, joias, móveis, esculturas, objetos medievais, gravuras, desenhos e fotografias. Além da imensa coleção permanente, pode-se também visitar inúmeras exposições temporárias de temas variados através de ingresso pago. Fomos conferir a atual exposição, intitulada Gabrielle Chanel. Fashion Manifesto, que conta o trabalho inovador da icônica designer Chanel. A exposição também dá realce às várias e intrigantes facetas das conexões da famosa marca ao regime de Hitler e à Alemanha nazista. Em dez ambientes bem projetados, viajamos no mundo das peças Chanel entre modelitos clássicos, bolsas, perfumes e cosméticos. A exposição está aberta até 10 de março.

Conjunto de porcelana e prata retrata a cultura britânica de tomar chá.

O museu conta com acervo que cobre o mundo inteiro. Logo na chegada, pela entrada do túnel do metrô, nos deparamos com uma coleção incrível de esculturas. Em destaque encontram-se peças do francês François-Auguste-René Rodin (1840-1917), considerado por muitos como o primeiro escultor “moderno”. Em 1914, ele presenteou o V&A com uma coleção de esculturas feitas em bronze, mármore e terracota em homenagem aos soldados britânicos e franceses que lutaram lado-a-lado na Primeira Guerra Mundial. Mais adiante mergulhamos nas tapeçarias indianas, porcelana chinesa, mármore italiano, e tanto mais até chegar no salão medieval, uma das coleções mais impressionantes. Depois de uma hora e meia deslumbrados com tanto história, a próxima parada é num dos três cafés do museu, para o almoço e cafezinho! É praticamente impossível de ver tudo durante apenas uma visita e por isso que retornamos seguidamente ao museu Victoria e Albert pois tem sempre alguma coisa nova a ser descoberta.

Escultura de Rodin.