Entrelaçado por campos e bosques no coração rural da região báltica, encontra-se o Palácio Rundale, considerado tesouro nacional da Letônia. Esta magnífica obra-prima barroca remonta ao século XVIII e está localizada a 80 km de Riga, na região sul bem próximo da fronteira com a Lituânia. O Palácio Rundale não é uma construção qualquer e para conseguir apreciar sua beleza é preciso mergulhar em sua rica história, que se estende por mais de três séculos.
Ao entrarmos no grande pátio do palácio, percorremos os antigos estábulos até chegar no esplendor barroco e somos maravilhados pela arquitetura imponente do palácio com fachadas na cor amarelo claro reluzindo sob o céu azul ensolarado de junho. A impressão é de estarmos viajando no tempo, na época em que reis e rainhas vagavam pelos castelos da Europa. Construído como uma nobre residência para o Duque da Curlândia, este magnífico palácio é um monumento à ostentação aristocrática do século XVIII e um tesouro rural da Letônia. O Palácio Rundale é gigantesco, com 138 cômodos espalhados por três alas e foi projetado pelo gênio barroco italiano Bartolomeo Rastrelli, que é mais conhecido pelo Palácio de Inverno em São Petersburgo. Cerca de 50 dos 138 aposentos do palácio estão abertos à visitação, assim como os maravilhosos jardins formais, inspirados no Palácio de Versalhes, na França.
A história da majestosa construção inicia em 1735, no auge da nobreza russa através de Ernst Johann Biron, noivo e amante de Anna Ioanovna, duquesa da Curlândia, nascida na Rússia. Através da imperatriz russa, Ernst se transformou na figura política mais poderosa do Império e ordenou a construção da residência de verão no Ducado da Curlândia. Uma sucessão de nobres russos habitou e alterou o palácio depois que o Ducado da Curlândia foi incorporado ao Império Russo em 1795.
Se a parte externa do Palácio é impressionante, o interior surpreende pelo maravilhoso trabalho de restauração. Aqui somos guiados pelo esplendor barroco. Requinte puro! Salões enormes decorados em ouro, quadros e afrescos coloridos nos transportam a outros tempos. No Salão Branco contemplamos uma obra exuberante em gesso, representando as quatro estações. Em cada cômodo temos a impressão de estar vivendo um seriado de época da Netflix. Nos aposentos dos duques destacam-se as camas dossel e decoração opulenta, mais adiante mergulhamos no mundo da literatura de três séculos atrás com coleções raras de Voltaire. Hoje em dia, o Palácio de Rundale é na verdade um museu de arte. Os tesouros europeus dentro do palácio incluem uma pintura de Catarina, a Grande ao lado de governantes russos e uma cômoda projetada por Jean-Henri Riesener, que trabalhou para Luís XVI e Maria Antonieta. O destaque do palácio é, sem dúvida, o grande salão de baile, com seus tetos altos, lustres cintilantes e afrescos ornamentados representando cenas da mitologia grega. Visitar o Palácio de Rundale significa viajar no tempo. Super recomendo!