Neste ano a estação das flores demorou a aparecer no velho continente. Em Riga, e na maioria dos países do norte europeu, os dias estão mais longos e o sol aparece com maior frequência mas os canteiros floridos continuam escondidos. Na capital britânica, esta época do ano traz uma renovação incrível e de um dia para o outro, os campos de narcisos silvestres formando um tapete florido no horizonte despontam pelos parques londrinos.
Quem acredita que para conhecer Londres basta fazer um passeio com ônibus turístico pelos principais monumentos, acaba deixando de conhecer e sentir a verdadeira essência cosmopolita que a cidade transpira pelos seus parques maravilhosos e pelos bairros mais distantes do centro. É verdade que Londres esbanja classe e sofisticação ao longo das principais avenidas emolduradas por palacetes históricos. Entretanto, a capital britânica se diferencia das outras metrópoles europeias pela pluralidade cultural, identificada em cada canto da cidade. Londres agrega raças, credos e culturas de todo mundo. Além do inglês, mais de 300 línguas são faladas entre a população londrina.
Londres é uma das capitais europeias com maior número de parques e áreas verdes, a maioria aberta ao público. Oito parques gigantes, que antigamente pertenciam à realeza, entre eles Richmond, Regent, St James, Green, Hyde, Greenwich and Kensington constituem o pulmão da capital britânica. Nesta semana gelada embora primaveril, aproveitamos para caminhar por alguns parques de Londres. No parque St James pode-se contemplar o gramado florido anunciando o início da nova estação. O parque está localizado no coração pulsante de Londres, no distrito de Westminster, entre os principais prédios do governo e , ocupando uma área de 23 hectares. Recortado por trilhas e árvores centenárias, uma caminhada pelo parque de St James é passeio obrigatório para quem visita a capital pois é caminho para os principais pontos turísticos de Londres.
O parque de St James é o mais antigo de Londres e considerado um oásis para aves e espécies raras, inclusive pelicanos. Sua história remonta a 1532 quando o rei Henrique VIII adquiriu a área verdejante transformando-a num parque de cervos e renas. O parque atual foi projetado pelo renomado arquiteto e paisagista John Nash, em 1827 e pouco mudou desde então. Localizado entre três palácios, este parque gigante transpira o frescor primaveril nesta época. De um lado encontra-se o palácio de Westminster, o mais antigo e que abriga o Parlamento Britânico, destacado pela arquitetura gótica perpendicular. Do outro, o fabuloso palácio de St James e atualmente residência da família real britânica, construído em estilo clássico tudoriano. Bem ao centro encontra-se o mais conhecido de todos, o palácio de Buckingham, uma das residências do rei Charles e palco das cerimônias oficiais da monarquia britânica. No próximo dia 6 de maio, o palácio estará em evidência novamente durante a coroação do rei. O país inteiro viverá um momento histórico desde a morte da eterna rainha Elizabeth com a ascensão de seu filho ao trono, oficialmente. Será um fim de semana prolongado de celebração com um feriado extra para toda população na segunda, 8 de maio.
A caminhada pelo parque de St James é recheada de detalhes históricos, desde os bancos ao longo das passarelas emolduradas por árvores centenárias até o laguinho no centro do parque, onde são conservadas espécies variadas. A ponte do lago carrega muitas histórias pois acredita-se que era o ponto de encontro de espiões depois da Segunda Guerra mundial e está retratada em muitos filmes da guerra. A elegância da arquitetura em torno do parque acrescentada às paisagens encantadoras dos canteiros floridos já serviram de cenário para vários filmes do cinema e seriados da televisão britânica e internacional, entre eles destacam-se – 007 Sem Tempo para Morrer (2021), 101 Dálmatas (1996), Sra Henderson Apresenta (2005), Victoria (seriado 2016-219), James Bond, Um Novo Dia para Morrer (2002) entre tantos outros mais.