Eleições 2022: expectativas para o agronegócio brasileiro

O agronegócio apresenta papel estratégico na economia brasileira, contribuindo para a geração de emprego e renda. Nos últimos anos, o setor tem aliviado o déficit das contas públicas, amenizando, em partes, os problemas da crise político-econômica do país.

Conceitualmente, agronegócio pode ser compreendido como o conjunto de operações da cadeia produtiva, do trabalho agropecuário até a comercialização. Na minha percepção, engloba tanto o pequeno como o grande produtor, embora necessitem de políticas públicas distintas para o seu pleno desenvolvimento.

Em relação às eleições 2022, a reeleição da bancada ruralista chegou a 65%, acima da média geral. Embora tenha diminuido a sua representatividade na Câmara dos Deputados, nomes importantes como Tereza Cristina (eleita senadora, PP-MS), Elton Weber (reeleito deputado estadual, PSB-RS) e Heitor Schuch (reeleito deputado federal, PSB-RS) conseguiram mais um mandato, após as eleições de domingo, 3 de outubro.

Por sua vez, a corrida presidencial vai para a sua reta final. Bolsonaro venceu o 1º turno em 75 dos 100 municípios com maior valor bruto de produção agropecuária. Em contrapartida, Lula, candidato do PT à Presidência, saiu vencedor em 73 dos 100 municípios brasileiros onde há maior presença da agricultura familiar. Em sua maioria, a votação nos municípios mais ricos do agronegócio seguiu o panorama da apuração geral, que mostrou Lula vitorioso no primeiro turno em estados do Nordeste e Bolsonaro à frente em localidades das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

O resultado ratifica o apoio que Bolsonaro recebeu de boa parte do setor desde as eleições de 2018. Na última quarta-feira, o atual presidente recebeu o apoio de membros da Frente Parlamentar da Agropecuária no segundo turno das eleições. Dentre as pautas dos dois planos de governo, Bolsonaro propõe fortalecer o setor com investimentos em tecnologia, acesso a crédito rural e regularização fundiária, enquanto que Lula foca na agricultura familiar, produção orgânica, reforma agrária, políticas de financiamento e sustentabilidade.

Nos próximos anos, a atividade agrícola precisará buscar agregar valor aos seus produtos, na tentativa de diferenciar a sua produção para essas demandas cada vez mais especializadas. A moderna produção agrícola, intensa em conhecimento e tecnologia, precisará atender demandas quanti e qualitativas. Para isso, é necessário preparar a economia brasileira para as metas de médio/longo prazo. E isso passa pela política e pelas eleições deste ano. Como estou no exterior, não irei votar, porém espero que a sociedade brasileira seja soberana nas suas escolhas, em prol do bem comum.

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