O perfil do suinocultor

Na coluna de hoje, compartilho com vocês uma pesquisa que realizei durante a graduação no município de Mato Leitão sobre o perfil, desempenho e perspectivas das propriedades suinícolas do município. Trabalho desenvolvido em 2014 por meio de entrevistas de campo, com questões técnicas, econômicas e sociais, em todas as propriedades produtoras de suínos do município. Ao todo, foram avaliadas 18 propriedades rurais que produziam e comercializavam suínos, das quais 16 operavam sob sistema de integração vertical.

A área média das propriedades foi de 18,55 hectares, com variações de 3,50 a 57 hectares. A grande maioria das propriedades contava apenas com duas a três pessoas trabalhando em tempo integral na atividade, normalmente o casal proprietário do estabelecimento. Quanto à rentabilidade da atividade, após calcular as receitas e despesas anuais de cada propriedade, observou-se uma taxa média de lucro agrícola de 4,92% ao ano, inferior ao rendimento da poupança na época e a outras atividades não-agrícolas.

Ao serem questionados sobre suas motivações para serem suinocultores, 66,7% mencionaram, de alguma forma, o motivo de obter lucro; 44,4% citaram questões de tradição familiar; 11,1% mencionaram a uma diversificação da produção na propriedade e apenas 5,6% afirmaram que a atividade proporcionava satisfação pessoal. Ao contrário de outras atividades, a satisfação pessoal foi muito baixa, com uma alta taxa de especialização da produção (maternidade, creche ou terminação). Considerando que apenas 5,6% dos produtores criam suínos por satisfação pessoal, é necessário implementar políticas de incentivo à atividade para melhorar as condições de vida e de trabalho dos produtores.

Quando questionados sobre onde investiriam caso possuíssem mais capital, 38,9% comprariam terras; 27,8% investiriam na suinocultura; 22,2% escolheriam uma atividade fora da agricultura; 11,1% ajudariam os filhos; e 11,1% investiriam em melhorias nas condições de moradia e na propriedade. Em relação à sucessão familiar, apenas 22,2% não enfrentavam problemas em relação à próxima geração. Portanto, ações públicas e/ou privadas de incentivo à atividade são necessárias para fixar o jovem no campo, como o acesso a crédito e financiamentos

De maneira geral, os indicadores socioeconômicos encontrados mostram um bom desempenho da atividade, no entanto, existem disparidades e contrastes entre produtores mais especializados e aqueles com menos capital. Com base na análise dos indicadores socioeconômicos e no contato direto com os suinocultores, observa-se uma boa perspectiva para a atividade no município, apesar da incerteza em relação à sucessão familiar e aos custos elevados de produção que praticamente inviabilizam produtores independentes (não-integrados) a permanecerem na atividade.

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