A suinocultura passou por importantes transformações ao longo dos últimos anos com o aumento da escala, do nível tecnológico e a verticalização da cadeia produtiva. Até meados da década de 90, a produção em ciclo completo predominava na suinocultura. Em outras palavras, o mesmo estabelecimento desenvolvia todas as etapas de produção do animal (maternidade, creche e terminação). De lá para cá, a segregação da produção em múltiplos sítios se tornou uma realidade. Essa tendência à especialização ocorreu em todo o país, mas se dá de forma mais intensa na região Sul, juntamente com o aumento da escala e a redução no número de produtores rurais.

O suíno produzido atualmente é bem diferente do suíno produzido em décadas anteriores, principalmente devido aos avanços da genética e da sanidade animal. Considerando o aumento populacional previsto, a perspectiva é que a cadeia produtiva cresça nos próximos anos de modo a suprir a demanda crescente por carne suína. Apesar da melhora dos índices zootécnicos, a suinocultura é frequentemente questionada pelo seu impacto ambiental e potencial poluidor. Neste contexto, é essencial identificar e incentivar sistemas de produção de suínos mais sustentáveis.

Sistemas sustentáveis de produção precisam buscar continuamente alternativas para melhorar a eficiência na utilização de recursos. A alimentação dos animais vem sendo apontada como a maior fonte de impacto ambiental associada à suinocultura, uma vez que requer enormes quantidades de recursos alimentares. Considerando a relevância do tema, novas estratégias de alimentação podem ser alternativas eficazes para mitigar os impactos ambientais da produção de suínos. A redução dos níveis de proteína bruta na dieta e o uso de enzimas exógenas são algumas estratégias nutricionais reconhecidas por diminuir o uso de ingredientes alimentares de alto impacto ambiental, de modo a alterar também a composição dos dejetos animais.

A avaliação de novas estratégias de alimentação como forma de reduzir o impacto da produção de suínos possui inúmeras aplicações em diferentes contextos produtivos. O sucesso da atividade dependerá de práticas que diminuam os custos de produção, sem dúvidas, mas também de novas estratégias, como alimentação de precisão, suplementação de enzimas exógenas, tratamento de resíduos e uso de biofertilizantes. Embora estratégias alternativas de alimentação possam mitigar de forma significativa os impactos ambientais associados à produção de suínos, outras abordagens e técnicas também devem ser consideradas de forma integrada. Além disso, aspectos econômicos e sociais também precisam ser levados em consideração. Por uma suinocultura mais sustentável, onde todos saem ganhando!