Venâncio Aires - À medida que 2025 chega ao fim, vale a pena relembrar os caminhos que percorremos ao longo do ano. Depois das enchentes históricas, os produtores rurais precisaram de fato recomeçar. Se 2024 foi o ano do impacto, 2025 foi o ano da resposta. A agricultura gaúcha mostrou que, mesmo abalada, segue forte e disposta a se reinventar. Os desafios não desapareceram, mas o setor encerra o ano mais preparado, mais consciente e com uma base mais sólida para continuar crescendo.
O clima seguiu sendo um dos protagonistas. Ainda assim, não há muito do que reclamar: as principais cadeias produtivas continuaram gerando emprego e renda. A agricultura manteve um bom desempenho, enquanto que o setor de proteína animal permaneceu aquecido. Também vimos, ao longo do ano, um esforço crescente para fortalecer a cooperação entre produtores, técnicos e instituições. Esse diálogo constante mostrou que soluções construídas em conjunto são mais duradouras e eficazes. Por outro lado, o crédito rural continuou sendo um ponto sensível. Muitos produtores ainda renegociam dívidas e reorganizam investimentos.
Se 2025 nos ensinou algo, foi que o campo exige paciência, persistência e, acima de tudo, capacidade de adaptação. O agricultor aprende cedo que não tem controle sobre tudo. Mesmo quando a colheita decepciona, sempre há um ciclo novo esperando para começar. Neste espaço, procurei compartilhar temas diversos. Falamos muito de fruticultura: nêsperas, butiás, goiabas e abacates. Afinal, cada fruta que amadurece nos lembra que, apesar dos desafios, a natureza insiste em seguir o seu caminho.
Outro assunto importante abordado foi o tema da sustentabilidade, especialmente quando tratamos do manejo de dejetos, do uso de biodigestores e das diferentes estratégias de mitigação de impacto ambiental. O debate sobre o uso de energias renováveis avança, mas ainda esbarra em barreiras econômicas e culturais. A proposta aqui sempre foi mostrar que sustentabilidade não é luxo: é uma ferramenta prática para aumentar eficiência, reduzir custos e garantir que as próximas gerações possam continuar produzindo.
Apesar das dificuldades, 2025 mostrou mais uma vez a nossa capacidade de adaptação. Um setor que precisa se reinventar a cada safra, acompanhar o clima, o mercado, a tecnologia e as políticas públicas: tudo ao mesmo tempo. Agradeço a todos que acompanharam as colunas ao longo do ano. Que 2026 nos traga novas histórias e novas oportunidades de aprendizado. Que neste final de ano possamos refletir sobre as conquistas e os desafios que enfrentamos, de modo a celebrar a vida em união. Muitas alegrias, saúde e realizações a todos. Nos vemos no próximo ciclo. Boas festas!