No Brasil, o sistema plantio direto começou a ser utilizado no início da década de 70, de forma experimental, nos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul. Entre as dificuldades encontradas naquela época estavam a falta de equipamentos adaptados e a dependência do controle químico de plantas daninhas. Ao longo dos anos, o plantio direto na palha se mostrou uma técnica de manejo eficiente no controle da erosão, minimizando as perdas de solo.
O sistema plantio direto está baseado nos seguintes pilares: 1) Mobilização de solo apenas na linha ou na cova de semeadura, 2) Manutenção permanente da cobertura do solo e 3) Diversificação de espécies por meio da rotação ou consórcio de culturas. Entre os principais benefícios desse sistema estão a conservação do solo, a manutenção de nutrientes e os ganhos de produtividade.
Ao mesmo tempo, a adoção de tecnologias evoluiu consideravelmente nos últimos anos. Condições climáticas favoráveis, cultivares modernas e o manejo agronômico adequado elevaram a produtividade média de grãos, em muitas fazendas, a valores superiores a 10 t/ha de milho e 3 t/ha de soja, algo inimaginável em décadas anteriores. Parte considerável desse desempenho se deve aos investimentos em correção e adubação dos solos.
No entanto, em relação à utilização de insumos, os gastos com fertilizantes representam cerca de 30 a 40% dos custos de produção de grãos, com mais de 70% do NPK oriundo de outros países. No Brasil, as culturas de milho e soja correspondem por 50% do consumo de NPK. Nesse sentido, práticas e recomendações que otimizem a utilização de fertilizantes são essenciais, do ponto de vista econômico e ambiental.
De modo geral, o sistema plantio direto imprime modificações na dinâmica e na disponibilidade de nutrientes ao longo do tempo, proporcionando maior eficiência de armazenamento e maior ciclagem de nutrientes. Nas áreas com uso intensivo de tecnologia, as adubações contínuas para a construção da fertilidade do solo e a reposição dos nutrientes exportados nas colheitas originaram uma condição de alta fertilidade nos talhões sob cultivo há mais tempo em sistema plantio direto.
O plantio direto no Brasil está baseado na rotação soja/milho. O uso de leguminosas como a soja em sistemas de rotação propicia um maior aporte de nitrogênio pela mineralização da palhada. De modo geral, a capacidade do solo de suprir nitrogênio é diretamente proporcional à presença de matéria orgânica. Com o plantio direto, uma das principais alterações em relação ao solos cultivados por meio de aração e gradagem é o incremento nos teores de matéria orgânica com o tempo. Portanto, o sistema plantio direto afeta o poder tampão dos solos, o que modifica as respostas à adubação. Uma tecnologia adaptada às condições brasileiras de produção e que veio para ficar!